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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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Entretanto temos que atentar para a vida média do escravo, que<br />

era <strong>de</strong> 5 a 7 anos na lida, e que poucos escravos chegavam a<br />

velhice.(PINSKY, 1984). E quiçá seja por essas dificulda<strong>de</strong>s impostas<br />

que o valor dado a alforria era gran<strong>de</strong>.<br />

De acordo com Schwartz, “o fenômeno da manumissão, como<br />

qualquer outro aspecto do regime escravocata, <strong>de</strong>ve ser examinado<br />

com relação à situação sócio-política e econômica predominante”.(2001,<br />

p.176)<br />

Chiavenato afirma que a situação sócio-política e econômica<br />

vivenciada pelos senhores influenciava na manumissão: “ás vezes encontra-se<br />

estatisticamente uma explosão <strong>de</strong> alforrias: geralmente isso<br />

se dava nas crises, quando os senhores, sem meios <strong>de</strong> sustentarem<br />

os escravos, libertavam centenas <strong>de</strong>les”.(1980, p.144)<br />

Analisando os documentos <strong>de</strong> alforria <strong>de</strong>scobrimos que “no Brasil<br />

os escravos eram classificados segundo a cor e o local <strong>de</strong> nascimento”<br />

(SCHWARTZ, 2001, p.184) e que a ida<strong>de</strong> é uma característica<br />

nem sempre registrada.<br />

No preconceituoso mundo escravista, “quanto menos ‘africana’<br />

fosse a origem e a cor dos grupos <strong>de</strong> escravos, maior seria a proporção<br />

<strong>de</strong> homens libertos”. (SCHWARTZ, 2001, p.193)<br />

Segundo Schwartz, o processo <strong>de</strong> manumissão é importante,<br />

pois “as cartas <strong>de</strong> alforria esclarecem não só as características dos<br />

libertos, mas também o processo <strong>de</strong> emancipação, as motivações e as<br />

atitu<strong>de</strong>s tanto dos senhores quanto dos escravos em tal<br />

processo”.(2001,p. 196)<br />

Chiavenato observa que a alforria, na maioria das vezes, era comprada,<br />

pois “quando o escravo tinha condições físicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />

satisfatoriamente qualquer tipo <strong>de</strong> trabalho, senhor algum facilitava sua<br />

liberda<strong>de</strong>, já obstada por uma imensa burocracia”.(1980, p.144)<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Schwartz, mesmo com o escravo pagando<br />

pela sua liberda<strong>de</strong>, “os senhores encaravam a emancipação política<br />

como um gesto <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, não importando quais as suas condições<br />

e requisitos”.(2001, p.197)<br />

Po<strong>de</strong>mos concordar com Chiavenato quando ele diz que “a alforria<br />

é um engodo, quando o escravo já não interessava ao senhor” (1980,<br />

p.144); e que quando alforriado o negro a<strong>de</strong>ntrava numa socieda<strong>de</strong> que<br />

o <strong>de</strong>sprezava. Este último conseguia livrar-se do trabalho escravo, mas<br />

continuava a não ser aceito pela socieda<strong>de</strong>.<br />

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