Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

AS TRANSFORMAÇÕES DO
CONJUNTO ARQUITETÔNICO RELIGIOSO DE
CAMPINA VERDE EM MEADOS DO SÉCULO XX
A Igreja Católica no séc. XX, de acordo com Chaves (1984, p.96),
deu continuidade à sua influência ideológica e cultural sobre o Arraial
de Campo Belo, manifestando-se tanto nas artes quanto na educação.
A partir da década de 1930 se inicia transformação contundente no
complexo religiosa, marcada por demolições e construções de obras,
culminando na formação atual do conjunto arquitetônico de Campina
Verde. Esta nova designação dada ao nome do arraial passou a ser
aceita desde a reforma administrativa de 1923, substituindo Campo Belo.
O complexo religioso atual de Campina Verde, o qual é o objeto
desta pesquisa, iniciou sua constituição com um engenhoso projeto,
empreendido pela instituição católica em 1932. Conforme o documento
de tombamento da Igreja Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, neste
ano, por determinação do Padre João Anesi, superior da Casa da Congregação
da Missão, ordem religiosa responsável pela Igreja de Campina
Verde, foi demolida a Igreja barroca de 1885, sendo construído em seu
lugar um templo em estilo neogótico. De acordo com Casé (2000, p.25),
o estilo neogótico era uma tendência que se afirmava no Brasil nas três
primeiras décadas do século XX. O templo concluído no início da década
de 1940, com orago de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, apresenta
uma beleza artística única. Ao levantar essa questão sobre a arte observa-se
que esta “parece exercer uma influência sobre todas as funções
sociais e em primeiro lugar, sobre a religião” (BASTIDE, 1971, p.188).
A expressão da Igreja vai além do ornamento, pois ela tem um
poder ideológico sobre as pessoas. Este fato é salientado em Corbisier:
A arquitetura gótica é, no seu fundamento, à base de
esferas, cones, cilindros. Somente a nave exprime
uma forma simples, porém de uma geometria complexa
de segunda ordem (cruzamento de ogivas). É
por isso que uma catedral não é tão bela e que nela
buscamos a compensação de ordem subjetiva, fora
da plástica uma catedral nos interessa como a engenhosa
solução de um problema difícil, mas cujos dados
foram mal colocados porque não procedem das
grandes formas primitivas. A catedral não é uma obra
plástica: é um drama, a luta contra a gravidade, sensação
de ordem sentimental (1981, p.13).
O século XX, como ressalta Macedo (1941, p.44), foi um período
de florescimento urbano, educacional e político. O político é devido a
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