Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Ronaldo Laing, psiquiatra britânico, que se dedicou em buscar
uma nova interpretação para a esquizofrenia, criticava severamente o
uso de psicotrópicos. Definindo a psicose, observa este médico e sociólogo
que:
[...] a Psicose é uma estratégia especial que a pessoa
é obrigada a usar, para poder suportar uma situação
muita pesada, o surto esquizofrênico é visto
como uma viagem para o interior de si mesmo, onde
a pessoa busca refúgio. É uma tentativa de retroceder
no tempo e nas emoções, usadas quando não
há maneiras de suportar o mundo. (apud SERRANO,
1985, p. 71)
Esse autor considera que as crises de loucura podem ter efeitos
positivos, possibilitando aos sujeitos aprender novos modos de reagir
frente a si e aos outros. Mas como a pessoa pode perder-se “nesta
viagem”, é necessário um convívio tranqüilo, solidário, tanto no local em
que se trata, como, principalmente, em seu ambiente familiar. Em se
tratando do CAPS, em Três Lagoas, não tem existido este intercâmbio
entre família e instituição, o que dificulta um tratamento alternativo. A
compreensão e o respeito sugeridos por Laing, praticamente não existe,
em que as atitudes “anormais”, se consideradas ao longo dos séculos
como perigosas, insanas, ainda permanecem sob esta interpretação,
seja na análise da realidade em estudo, seja no pensar a loucura
num contexto mais amplo.
O CAPS, no último ano, passou ao cuidados da APAE (Associação
de Pais e Alunos Excepcionais) devido a sérios problemas com a
antiga administração municipal. Neste ano de 2005 voltou aos cuidados
da Secretaria de Saúde. Com a nova administração de Três Lagoas,
ele está se reestruturando, para possibilitar um melhor atendimento
a seus pacientes.
CONSIDERAÇÕES DE PESQUISA
Quando iniciamos a pesquisa tínhamos por objetivo central analisar
a loucura ao longo da história para compreender como hoje os
sujeitos do CAPS e suas famílias a interpretam. Um dos objetivos específicos
era o de tentar entender qual o método de tratamento que as
famílias compreendiam como o mais eficaz. O que alcançamos, no
desenrolar, foi a compreensão de parte da história da loucura. Salientamos
ainda a percepção de que, o CAPS, em Três Lagoas, ainda não é
o melhor tratamento para os que vivenciam a condição de doente men-
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