14.01.2015 Views

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Mas qual foi o motivo que provocou esta migração no sentido ao<br />

Noroeste paulista Sem dúvida o fenômeno que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou esta onda<br />

<strong>de</strong> migrantes rumo ao Oeste <strong>de</strong> São Paulo foi o aumento do número<br />

das lavouras <strong>de</strong> café, lavoura esta que na segunda meta<strong>de</strong> do século<br />

XIX se tornara a maior fonte <strong>de</strong> renda do país. Este aumento no número<br />

<strong>de</strong> plantações provocou a <strong>de</strong>manda por novas terras virgens, e à medida<br />

que os preços do café iam cada vez mais aumentando, esta <strong>de</strong>manda<br />

aumentava, conseqüentemente isto provocou o <strong>de</strong>slocamento<br />

populacional para estas novas áreas. Para a instalação do cafezal era<br />

preciso antes <strong>de</strong> qualquer coisa <strong>de</strong>rrubar a mata nativa e logo <strong>de</strong>pois se<br />

atava fogo para limpar a área da futura plantação. Basilio Sallum Jr., em<br />

sua obra <strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> forma simples este processo:<br />

Daí que o primeiro trabalho a realizar para formar a<br />

lavoura era o <strong>de</strong> eliminá-la (a mata virgem). Este trabalho<br />

era realizado na época das secas – entre abril e<br />

agosto – principiando pela roçada com foice e facão<br />

dos arbustos existentes entre as árvores maiores.<br />

Roçado este mato miúdo, procedia-se à <strong>de</strong>rrubada<br />

das árvores maiores. Isto era feito a machado e <strong>de</strong><br />

modo que os troncos remanescentes não ultrapassassem<br />

a altura <strong>de</strong> 40 ou 50 centímetros. Quando<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> certo tempo, a vegetação <strong>de</strong>rrubada secava,<br />

isolando-se a área dos terrenos adjacentes e ateava-se<br />

fogo. (1982, p. 28)<br />

Organizou-se um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> empreendimentos por<br />

parte <strong>de</strong> algumas famílias que logo possuíam imensas extensões <strong>de</strong><br />

terras nos planaltos paulistas, famílias como os Toledo Piza, Prado,<br />

Alves <strong>de</strong> Lima, Queirós Teles, <strong>de</strong>ntre vários outros donos <strong>de</strong> extensões<br />

que chegavam a mais <strong>de</strong> 12000 alqueires. Porém junto a estes, e ai vêse<br />

claramente o interesse do capital, engrossando a frente pioneira<br />

estavam os donos das proprieda<strong>de</strong>s menores, ou pelo menos mais<br />

mo<strong>de</strong>stas.<br />

Deve ser lembrado que no período áureo da ativida<strong>de</strong> cafeeira, os<br />

fazen<strong>de</strong>iros se viram diante da perca <strong>de</strong> sua principal força <strong>de</strong> trabalho,<br />

a mão-<strong>de</strong>-obra escrava. Com o “fim” do trabalho escravo os plantadores<br />

<strong>de</strong> café precisaram resolver o problema <strong>de</strong> como tocar os cafezais,<br />

ainda mais que diariamente aumentava o número <strong>de</strong> lavouras e com<br />

isso aumentava também a necessida<strong>de</strong> por novos braços. Surge então<br />

a figura do imigrante que <strong>de</strong> forma significante introduz novas idéias na<br />

corrida rumo ao Oeste, sendo uma das principais a difusão e consolidação<br />

das pequenas proprieda<strong>de</strong>s, que por sua vez já existiam, marcando<br />

<strong>de</strong> forma singular o fenômeno ocorrido no Oeste paulista.<br />

201

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!