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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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ser pouco habitada, se comparada a outras regiões do Brasil, mas já<br />

existiam índios, companhias colonizadoras, companhias <strong>de</strong> exploração,<br />

colonos oriundos <strong>de</strong> outros Estados para trabalharem para essas<br />

companhias. Portanto não se concretizavam por espaço vazio. A exemplo<br />

disso Oliveira argumenta que:<br />

[...] a Marcha para Oeste, enunciada 1938, pelo presi<strong>de</strong>nte<br />

Vargas, seria o sintoma das preocupações do<br />

governo em ocupar os gran<strong>de</strong>s vazios,[...],Na verda<strong>de</strong>,<br />

os espaços não se encontravam tão vazios assim . No<br />

sul <strong>de</strong> Mato Grosso, por exemplo, existiam gran<strong>de</strong>s<br />

empresas sala<strong>de</strong>iras e extrativistas. Na região <strong>de</strong>limitada,<br />

a presença da Mate Laranjeira é uma prova concreta<br />

<strong>de</strong>sse quadro. Portanto, supomos que a intenção<br />

<strong>de</strong> ocupar os espaços estava vinculada à questão<br />

<strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> segurança interna do Estado, bem<br />

como o <strong>de</strong>senvolvimento do capitalismo no campo.<br />

(1997, p. 20)<br />

Nesse momento vale a pena pontuar a diferenciação entre “frente<br />

<strong>de</strong> expansão” e “frente pioneira”, para auxiliar o entendimento <strong>de</strong> expansão<br />

da fronteira.<br />

Martins (1997) aponta as diferenças <strong>de</strong> concepções frente ao<br />

fenômeno entre geógrafos e antropólogos, para os quais o processo <strong>de</strong><br />

expansão para o Oeste se expressa nessas duas frentes. Concepções<br />

importantes como ponto <strong>de</strong> partida para buscar compreen<strong>de</strong>r, ao mesmo<br />

tempo as diferenças e as mediações culturais estabelecidas pelos<br />

vários personagens nessas frentes.e no tempo histórico por eles<br />

vivenciados:<br />

[...]. Nesse equívoco repousa a controvérsia sobre o<br />

tempo histórico da frente <strong>de</strong> expansão e o tempo histórico<br />

da frente pioneira, pois não se reconhece que o<br />

tempo histórico <strong>de</strong> um camponês <strong>de</strong>dicado a uma<br />

agricultura <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes é um. Já o tempo histórico<br />

do pequeno agricultor próspero, cuja produção é mediada<br />

pelo capital é outro. E é ainda outro o tempo<br />

histórico do gran<strong>de</strong> empresário rural. Como é outro o<br />

tempo histórico do índio integrado, mas não assimilado,<br />

que vive e se concebe no limite entre o mundo do<br />

mito e o mundo da História. Como ainda é inteiramente<br />

outro o tempo histórico do pistoleiro que mata índios<br />

e camponeses a mando do patrão e gran<strong>de</strong> proprietário<br />

<strong>de</strong> terra: seu tempo é o do po<strong>de</strong>r pessoal da<br />

or<strong>de</strong>m política patrimonial e não o <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rna. (MARTINS, 1997, p. 159).<br />

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