14.01.2015 Views

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

em casa sem nenhuma ocupação. Entre outras questões, este entrevistado<br />

observa que:<br />

38<br />

Eu tô trabalhando porque eu acho que me faz bem...<br />

Trabalhar, sempre fui acostumado com trabalho então<br />

eu num largo <strong>de</strong> trabalhar nunca, sempre trabalhando...<br />

é um rendimento a mais pra somar com a<br />

minha aposentadoria, então faz diferença [...] Eu pra<br />

chegar aon<strong>de</strong> cheguei, foi com muita luta e perseverança<br />

principalmente, muita vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencer, se você<br />

não tiver vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencer você não vai chegar a lugar<br />

nenhum, e venho lutando, pulando <strong>de</strong> <strong>de</strong>grau em <strong>de</strong>grau<br />

até chegar. Porque só em firma eu trabalhei vinte<br />

e quatro anos, mais sempre com o objetivo <strong>de</strong> um dia<br />

aposentar, e aconteceu isso aí, e meu objetivo foi esse,<br />

trabalhar pra um dia aposentar, consegui, e tô aqui na<br />

economia informal trabalhando e com o objetivo <strong>de</strong> ter<br />

mais algo que fazer na vida [...] 9<br />

É notável no relato <strong>de</strong> Senhor Valdivino que a sua história foi<br />

permeada por muitas lutas e conquistas, estando o seu triunfo maior na<br />

aposentadoria. A insatisfação com a ociosida<strong>de</strong> da vida como aposentado,<br />

fez com que retornasse ao mercado <strong>de</strong> trabalho como trabalhador<br />

informal, por ter então condição <strong>de</strong> continuar trabalhando, não enxergar<br />

na aposentadoria o final <strong>de</strong> uma vida produtiva, e ter algo a mais que<br />

fazer na vida que viver uma vida <strong>de</strong> aposentado.<br />

Para finalizar a discussão a respeito dos trabalhadores que se<br />

encontram trabalhando nas “lojinhas” do Camelódromo, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Três <strong>Lagoas</strong>, foi escolhido o diálogo com uma trabalhadora, visto que:<br />

“As mulheres representam uma fração majoritária no setor informal,<br />

<strong>de</strong>vido a flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse setor e a ausência <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s formais<br />

da economia.” (DUPAS, 2000, p.194). No Camelódromo, as mulheres<br />

representam 61% dos trabalhadores, confirmando a tese <strong>de</strong> Dupas<br />

e nos fazendo refletir sobre a questão. Sandra nos ajuda a compreen<strong>de</strong>r<br />

a condição das mulheres trabalhadoras do comércio informal <strong>de</strong><br />

Três <strong>Lagoas</strong>:<br />

Eu sempre fui informal, é....eu tinha uma lanchonete<br />

<strong>de</strong>pois sempre fui informal...mexia com roupa e <strong>de</strong> lá<br />

pra cá estou aí. [...] Cada ano que se passa vai pegando<br />

experiência né, e sabendo trabalhar porque no começo<br />

vai... sem experiência, <strong>de</strong>pois se vai pegando<br />

experiência e trabalhar e ganhando seu pão <strong>de</strong> cada<br />

dia. [...] Acho que a mulher tem mais ainda que... Acho<br />

que o homem é diferente....homem é homem. A mulher<br />

não, mulher tem menos perspectiva <strong>de</strong> arrumar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!