Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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INTRODUÇÃO
A educação para cidadania encontra sentido quando se constitui
como decisão política 2 enquanto expressão prática da reflexão e
conscientização da luta pela transformação da sociedade, a qual, às
vezes, caracteriza-se sob várias formas de violência 3 , tais como: violência
estrutural; negligência; maus tratos físicos; maus tratos psicológicos;
e abuso sexual (Secretaria de Estado de Assistência Social,
Cidadania e Trabalho, 2001, p. 11).
Entendo que educação para a cidadania representa exercício
de plenos direitos e deveres constitucionais, sociais, culturais e pessoais,
ou seja, respeito às leis, ao próximo e a si mesmo, condições
de vida digna com acesso e garantia de saúde, educação, trabalho e
lazer. Aqui se faz necessário lembrar que nas palavras de Freire (1995,
p. 45): “[...] cidadão significa indivíduo no gozo dos direitos civis e
políticos de um Estado e que cidadania tem que ver com a condição de
cidadão, quer dizer, com o uso dos direitos e o direito de ter deveres de
cidadão”.
Acredito que por meio do conhecimento crítico do homem como
ser histórico, de reflexão e da busca pela humanização adquire instrumentos
viáveis de luta capaz de levar a conquista da transformação da
realidade posta, ou imposta. Humanização que segundo Freire (1981,
p. 32) “[...] constitui-se de uma luta incessante do homem enquanto
ser histórico na busca de sua liberdade sem perder a sua generosidade”.
O homem quando consciente de sua situação de agente que constrói
e transforma o mundo, sua realidade se identifica como cidadão.
Assim, neste trabalho, o objetivo, inicial, é descrever as ações
desenvolvidas pelo Programa Sentinela frente alguns fenômenos que
se apresentam na sociedade e, que às vezes, eclodem nas salas de
aula. Contudo, tal situação nem sempre é percebida ou mesmo compreendida
por nós, professores, talvez por ignorarmos o fato, ou por
medo de não sabermos tratar do assunto como se deve.
Meu interesse em conhecer o Programa Sentinela surgiu no
ano de 2001, quando atuava como professora da 4ª serie do Ensino
Fundamental em uma escola da Rede Municipal de Ensino em Três
Lagoas, Estado de Mato Grosso do Sul, onde uma aluna da respectiva
sala de aula tinha sido vítima de abuso sexual, fato que me chamou a
atenção e passei, então, a questionar o meu compromisso profissional
com o desenvolvimento intelectual, emocional e social de cada aluno.
No ano de 2003, me propus a conhecer um projeto social desenvolvido
em parceria entre prefeitura do município de Três Lagoas