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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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direção. Tanto o Iajes quanto os movimentos que orientava voltaram<br />

esforços para o campo político. Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1970 as comunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> base <strong>de</strong> Andradina já vinham recebendo orientações <strong>de</strong> cunho<br />

político. Com efeito, já se tomava contato com as premissas <strong>de</strong> se<br />

fazer política na prática das CEB’s, no cotidiano <strong>de</strong> lutas cristãs, no<br />

processo – intencional – <strong>de</strong> inversão dos pressupostos <strong>de</strong> que política<br />

se faz <strong>de</strong> “cima pra baixo”, e sob inspirações evangélicas que a justificavam.<br />

Um documento intitulado “Orientações sobre Política: Para uso<br />

das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Andradina – Resumo do encontro <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />

1978” po<strong>de</strong> ser entendido como justificador da ação política por parte<br />

dos membros da Igreja à medida que assevera, re-conceituando o termo<br />

política:<br />

De início, enten<strong>de</strong>mos por política tudo o que está ligado<br />

à organização da vida do homem em socieda<strong>de</strong>. Sendo<br />

ligada à vida em socieda<strong>de</strong>, a política atinge também a<br />

Igreja [...]. O amor ao próximo po<strong>de</strong> se manifestar na vida<br />

particular <strong>de</strong> cada, mas <strong>de</strong>ve se manifestar também na<br />

vida social, atingindo, portanto, a política.<br />

A partir <strong>de</strong> então, o Iajes passou a ter uma atuação mais voltada<br />

à informação e formação política, evoluindo do assistencialismo “para<br />

um trabalho mais profissional e libertador, que compreen<strong>de</strong> avanços<br />

significativos” pois caminha para o “<strong>de</strong>spertar do povo para a luta por<br />

seus direitos, nas reivindicações prioritárias” (Cf. DOCUMENTOS Iajes,<br />

Ca<strong>de</strong>rno IAJES, Andradina, 1979, p. 12).<br />

Inicialmente, as fontes sugerem uma participação indireta do Iajes<br />

na política, pois este iniciou um processo <strong>de</strong> conscientização, <strong>de</strong> educação<br />

política <strong>de</strong>ntro do contexto da educação popular. Observa-se a<br />

preocupação com palestras e criação <strong>de</strong> grupos que levem as discussões<br />

para as periferias, em seções <strong>de</strong> filmes e sli<strong>de</strong>s informativos, sobre<br />

a situação política do país, da América Latina - inclusive, e abundantemente,<br />

da Nicarágua, que estava em pleno momento revolucionário.<br />

Também se constata a preocupação na conscientização <strong>de</strong> homens<br />

e mulheres contra compra <strong>de</strong> votos e outros subterfúgios<br />

“antiéticos” dos processos eleitorais. Tal iniciativa po<strong>de</strong> haver sido o<br />

primeiro passo para o que viria <strong>de</strong>pois, uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobramentos<br />

que acabaram por inserir sujeitos simples, homens e mulheres das<br />

comunida<strong>de</strong>s periféricas, no campo político, <strong>de</strong> forma plural: na política<br />

partidária, em embates políticos <strong>de</strong> enfrentamento ao po<strong>de</strong>r público, na<br />

busca por direitos políticos, participação e etc.<br />

Externamente, e ao mesmo tempo, o Iajes procurou atuar como<br />

fiscalizador da política. Em pleno processo <strong>de</strong> abertura, a entida<strong>de</strong> re-<br />

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