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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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estauração entre 1970 e 1978. Apesar disso, paulatinamente, os anos<br />

se vão e em sua terceira visita a Itapura em 11 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1999 o<br />

prédio continua arruinado<br />

254<br />

[...] a edificação estava abandonada, cercada por alto<br />

capinzal, com gran<strong>de</strong>s danos no telhado e <strong>de</strong>terioração<br />

avançada no ma<strong>de</strong>iramento dos forros, dos sobrados<br />

e das envazaduras, além <strong>de</strong> vandalismo [...].<br />

(PAIVA, 2000, s.p.).<br />

Falar sobre Itapura no final do século XIX torna-se difícil <strong>de</strong>vido as<br />

fontes documentais não possuir um local <strong>de</strong> preservação nem mesmo<br />

uma sistematização. É lamentável o abandono e a <strong>de</strong>gradação do<br />

patrimônio tombado pelo governo paulista naquela localida<strong>de</strong> e, além<br />

disso, o pior, a sensação <strong>de</strong> uma história <strong>de</strong>finhando no abismo do<br />

esquecimento. O edifício que restou da antiga colônia militar e naval <strong>de</strong><br />

Itapura é um documento material <strong>de</strong> fundamental importância para a<br />

memória da localida<strong>de</strong> e do Estado <strong>de</strong> São Paulo e do Mato Grosso do<br />

Sul, embora se encontre ao <strong>de</strong>scaso das instituições públicas incumbidas<br />

<strong>de</strong> sua preservação.<br />

Para Le Corbusier o patrimônio histórico das cida<strong>de</strong>s constitui<br />

um manifesto “ao longo dos anos por obras materiais, traçados ou construções<br />

que datam-na <strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong> própria e dos quais emana<br />

pouco a pouco a sua alma” (1993, pp. 65-70). O autor ainda consi<strong>de</strong>ra<br />

que os patrimônios<br />

São testemunhos precisos do passado que serão respeitados,<br />

a princípio por seu valor histórico ou sentimental,<br />

<strong>de</strong>pois, porque alguns trazem em si uma virtu<strong>de</strong><br />

plástica [...] Eles fazem parte do patrimônio humano,<br />

e aqueles que os <strong>de</strong>têm ou são encarregados <strong>de</strong><br />

sua proteção, têm a responsabilida<strong>de</strong> e a obrigação<br />

<strong>de</strong> fazer tudo o que é lícito para transmitir intacta, para<br />

os séculos futuros, essa nobre herança. (LE<br />

CORBUSIER, p. 65, grifo nosso).<br />

É a partir da sua existência patrimonial e documental vistas como<br />

testemunhos concretos <strong>de</strong> um passado que remonta em fins do século<br />

XIX que formulamos nossa busca em torno do que nos realmente importa:<br />

o viés <strong>de</strong> uma formação social no núcleo colonial <strong>de</strong> tipo militar e<br />

naval no baixo vale Tietê a partir <strong>de</strong> 1858, um ponto da presença<br />

civilizadora na fronteira noroeste paulista, <strong>de</strong>scrito nos atos imperiais<br />

verificados pelo historiador Fausto Ribeiro <strong>de</strong> Barros em seu artigo Itapura<br />

(Ex-colônia militar e estabelecimento naval) publicado, em 1957, numa<br />

separata do volume LIV da revista do Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong><br />

São Paulo (IHGESP). Este é um documento consi<strong>de</strong>rável, principal-

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