Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

campo na localidade em 2005 observou o estado deplorável do “Palácio
do Imperador”, como é conhecido o sobrado de arquitetura colonial que
abrigava a sede administrativa da colônia militar.
No entanto, segundo Barros (1957, p. 311), o abandono oficial da
colônia de Itapura após o ano de 1889,- ante à supressão da monarquia
brasileira -, já apresentava um caminho de outra forma, pois
Proclamada a República em 1889, os novos estadistas
puseram de lado a preocupação antiga de se manter
a colônia do Itapura, pois um caminho de ferro se
projetava para, de uma vez por todas, estabelecer-se
a ligação fácil para o oeste. (grifo nosso)
É apuradamente neste período, entre o começo da colônia militar
e naval de Itapura e o seu definhamento enquanto tal, que nos limitamos
a interpretar este tempo e lugar sob os domínios de um cotidiano
como o tema aglutinador do maior número possível de dados, ou seja,
os inúmeros “pequenos fatos tão interessantes” de que Barros (1957,
p. 313) aponta e que, no entanto, não os torna acessíveis através do
seu artigo a fim de não alongá-lo. Daí que nos propomos a identificar e,
mais que isso, acessar as fontes documentais sobre Itapura no final do
século XIX. Ora, sendo uma colônia militar e naval, cujo caráter é oficial,
a serviço do império brasileiro, não podemos desconsiderar o seu aspecto
social, as dificuldades do cotidiano, ou seja, como viviam, o que
comiam, o que plantavam, como se relacionavam com a exuberante
selva tropical, como trabalhavam, como navegavam, enfim, como era a
textura social desse “pequeno aglomerado humano avançado, na fronteira
noroeste paulista, em área que os mapas traziam como sertão
Figura 1 – O sobrado da Diretoria da Colônia Militar de Itapura provavelmente na primeira metade
do século XX, cujo autor nos é desconhecido. O prédio se mostra em estado de abandono e
destruição.
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