Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Mattoso observa que “desde que a história da humanidade se
alargou, tudo tem dimensão histórica” (1988, p. 18), entrando em discussão
temas como: história da criança, das mulheres, dos homossexuais
e da loucura.
Somando-se a discussão historiográfica, ao estudarmos a
loucura se fez necessário a discussão metodológica no uso da
História Oral, compreendendo-a como uma ferramenta para entender
o universo no qual o doente mental 3 e a família estão inseridos.
Na reflexão sobre os passos da pesquisa é importante ainda a
proposta de Freud de um método interpretativo centrado sobre os resíduos
e os dados marginais, considerados reveladores, sendo necessário
que o pesquisador esteja atento para as particularidades insignificantes.
(apud GINZBURG, 1989, p. 146-149)
Assim foi preciso compreender as interpretações e representações
tecidas pelos familiares em torno dos sujeitos em análise. Entendemos
por representações a maneira que o grupo pensa as suas relações
com os objetos que o afeta. (DURKHEIM apud GOMES, ALVES,
PONTES, 1999, p.79).
Com os novos estudos da medicina no campo da Psiquiatria os
tradicionais manicômios foram sendo fechados para se ajustarem à
reforma psiquiátrica, onde procurou-se implantar a Terapia Ocupacional
como uma forma de tratamento dos doentes mentais.
Implantou-se oficialmente o Departamento do Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS), em Três Lagoas nos meados de abril do
ano de 2003, utilizando para tanto de influências da pesquisa da
Psiquiatra Nise da Silveira, uma das precursoras da Terapia
Ocupacional no Brasil, como uma nova forma de tratamento de pessoas
com transtornos mentais (SERRANO, 1985, p.66). Este órgão
tem como objetivo principal atender os pacientes regressos que passaram
por tratamento nos hospitais psiquiátricos mais próximos,
bem como aos que são encaminhados pelas Assistentes Sociais do
município.
Objetivou-se, de início, analisar a história da loucura, desde
o século XVIII. Com o enfoque para o tempo presente, buscou-se
entender, ainda, como as famílias dos pacientes do CAPS interpretam
a questão da loucura, ponto que está para ser aprofundado
haja vista a necessidade de continuidade da pesquisa com novos
sujeitos.
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