Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas
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trama pu<strong>de</strong>ssem ser ouvidas, na busca <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r na fala <strong>de</strong> seus<br />
atores – homens, mulheres e crianças - os meandros escondidos nas<br />
inspirações individuais, que no todo se completam <strong>de</strong>ixando que as<br />
luzes se acendam refletindo as faces individuais no coletivo daqueles<br />
que no Camelódromo <strong>de</strong> Três <strong>Lagoas</strong> se encontram inseridos. A fonte<br />
oral contribui, <strong>de</strong>sta forma, para a compreensão <strong>de</strong> questões que outras<br />
fontes não possibilitariam compreen<strong>de</strong>r, como, por exemplo, a subjetivida<strong>de</strong><br />
dando vida aos sujeitos comprometidos com a realida<strong>de</strong> do<br />
trabalho informal na cida<strong>de</strong>.<br />
Sobre o uso <strong>de</strong>ste instrumento na pesquisa, assim como os<br />
seus resultados, Camargo (1994, p.78) <strong>de</strong>fine que: “Em primeiro Lugar,<br />
há uma fonte. O mínimo que po<strong>de</strong>mos dizer é que a História Oral é uma<br />
fonte, um documento, uma entrevista gravada que po<strong>de</strong>mos usar da<br />
mesma maneira que usamos uma notícia <strong>de</strong> jornal, ou uma referência<br />
em um arquivo, em uma carta”. Essa fonte encontra-se inserida na<br />
pesquisa, <strong>de</strong>sposando dos mesmos valores para enriquecer a análise<br />
dos fatos, e garantir a compreensão das relações <strong>de</strong> trabalho dos sujeitos<br />
analisados.<br />
Na <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> dos relatos <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> vida, selecionando<br />
acontecimentos, conjunturas e modos <strong>de</strong> viver, Neves (2000, p.<br />
113) compreen<strong>de</strong> que:<br />
32<br />
Cada pessoa é componente especifico <strong>de</strong> um amalgama<br />
maior que é a coletivida<strong>de</strong>. Portanto cada <strong>de</strong>poente<br />
fornece informações e versões sobre si próprio e<br />
sobre o mundo no qual vive ou viveu. A História Oral em<br />
<strong>de</strong>corrência é a arte do indivíduo, mas <strong>de</strong> um indivíduo<br />
socialmente integrado. Desta forma, os relatos e testemunhos<br />
possuem um amalgama maior: o da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
histórica.<br />
Por este viés, foram selecionadas algumas entrevistas para que<br />
fossem discutidas as relações dos sujeitos históricos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho e convívio social. Dentre as entrevistas<br />
selecionadas, levou-se em consi<strong>de</strong>ração o perfil dos trabalhadores, diferenciando-os<br />
por ida<strong>de</strong> e sexo 3 , acreditando, <strong>de</strong>sta forma, po<strong>de</strong>r avaliar<br />
os indivíduos com características e posições diferenciadas no âmbito<br />
familiar, para além do espaço do trabalho.<br />
Um adolescente em ida<strong>de</strong> escolar, tendo que trabalhar para po<strong>de</strong>r<br />
ajudar na composição da renda familiar, não po<strong>de</strong>ria ser contratado<br />
formalmente por uma empresa, o que é proibido por lei segundo a CLT,<br />
<strong>de</strong>ssa forma gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stes sujeitos se encontram trabalhando no<br />
setor informal.