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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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vago <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s, esses autores possibilitaram a abertura a novas<br />

abordagens e fontes, <strong>de</strong>stacando-se entre elas as obras literárias.(DIEHL,<br />

2001, p.90-99)<br />

À principio, História e Literatura são vistas <strong>de</strong> formas diferentes<br />

como áreas do conhecimento. A história é objetiva. A literatura subjetiva.<br />

A história tem por objeto <strong>de</strong> estudo o passado. A obra literária é<br />

reconhecida como tal quando antecipa o <strong>de</strong>vir, o futuro. A história tem<br />

por pressuposto a verda<strong>de</strong>. A literatura é ficcional. Essa relação entre<br />

literatura e história não é feita apenas <strong>de</strong> paradoxo, ambas, como são<br />

concebidas na cultura oci<strong>de</strong>ntal cristã, são construções discursivas da<br />

ciência, que ganharam forma durante o século XVII, e se enquadram no<br />

ramo das ciências humanas, materializando-se no jogo e no trato das<br />

palavras. (SANTOS, 2001, p.25)<br />

A relação entre História e Literatura há muito vem sendo questionada,<br />

tanto por críticos literários como por historiadores, na tentativa<br />

<strong>de</strong> se estabelecer a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas obras literárias como documentos<br />

históricos. Po<strong>de</strong>-se, consi<strong>de</strong>rar uma obra literária como um<br />

documento histórico, uma vez que a noção <strong>de</strong> documento remete às<br />

diversas formas utilizadas para marcar os vestígios humanos, como a<br />

arte, a arquitetura, a literatura, a linguagem (oral, escrita, simbólica).<br />

Em outras palavras, o documento é resultante da construção humana e<br />

social, cabendo ao historiador saber ler o que o texto (documento) <strong>de</strong>ixa<br />

enten<strong>de</strong>r. Como um voyeur, em um sentido metafórico, ao ler aqueles<br />

textos produzidos, ao ver aquelas imagens pintadas e esculpidas,<br />

ele faz uma regressão temporal: “O passado aconteceu, não temos<br />

como alterá-lo” (GADDIS, 2003, p.55)<br />

O documento não fala por si. O historiador é que o faz falar.<br />

Nesse sentido, o mesmo documento po<strong>de</strong> ser utilizado para fins diferentes,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da posição i<strong>de</strong>ológica do historiador. O que ele<br />

<strong>de</strong>ve fazer, no mínimo, é não ocultar os fatos.<br />

Diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas abordagens e fontes, a literatura<br />

apresenta-se como um campo fértil para contribuir com a discussão<br />

e a produção historiográfica Regional.<br />

Partindo-se das premissas <strong>de</strong> que, primeiro, as obras literárias<br />

são, <strong>de</strong> fato, documentos históricos, uma vez que são produtos <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado tempo; segundo, que alguns autores expõem, em suas<br />

narrativas, acontecimentos verídicos, com personagens que realmente<br />

estiveram presentes ao evento narrado, localizados em tempo e espaço<br />

que conferem com uma representação do real; e, finalmente, levadose<br />

em conta que a produção literária brasileira retrata a própria História<br />

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