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Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

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Para Orlandi (2001) o sujeito <strong>de</strong> linguagem é afetado pelo esquecimento,<br />

mecanismo responsável pela produção <strong>de</strong> discursos, uma vez<br />

que se alicerça sob as idéias <strong>de</strong> uma possível autonomia do sujeito<br />

frente à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer, como também a impressão <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />

com que o sujeito trabalha a relação pensamento-linguagem-mundo.<br />

Dessa maneira o sujeito ao fazer funcionar a potência do discurso,<br />

jamais pensaria que o que fala não é seu mas do outro, sendo este<br />

outro um nó flexível que retorna ao presente, ao momento <strong>de</strong> enunciação,<br />

como algo pré-construído.<br />

P2 ao dizer “momento” e entre aspas, traz nessa marca a presença<br />

<strong>de</strong> outros discursos que por ali divi<strong>de</strong>m o espaço <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong><br />

dos dizeres. Significa que, segundo esse professor, se o TJ foca<br />

acontecimentos do momento, <strong>de</strong>ixa para fora <strong>de</strong> sua prática a possibilida<strong>de</strong><br />

da memória arquivada, isto é, dos acontecimentos passados,<br />

esquecidos, que só retornam pela memória. Mas enten<strong>de</strong>mos que é no<br />

resgate dos acontecimentos historicizados que o homem po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

seu presente, que o que acontece hoje é fruto <strong>de</strong> uma condição<br />

imposta <strong>de</strong> valores morais e i<strong>de</strong>ológicos que perpassam a história<br />

dos sujeitos.<br />

Certamente o bombar<strong>de</strong>io <strong>de</strong> notícias ultimamente tem repercutido<br />

muito nos valores e tradições <strong>de</strong>ste novo século no qual a crise<br />

financeira estaciona e se amplia, em meio a escândalos <strong>de</strong> corrupção<br />

que ro<strong>de</strong>iam o partido <strong>de</strong> governo. A mídia, por seu lado, se vê fartamente<br />

alimentada e ansiada por dizer aquilo que acredita ser a verda<strong>de</strong>. Por<br />

isso, afirmamos com Orlandi que quando o sujeito traz para o discurso,<br />

por meio <strong>de</strong> itens lingüísticos, a materialização da história na língua,<br />

enten<strong>de</strong>mos que:<br />

O sujeito <strong>de</strong> linguagem é <strong>de</strong>scentrado, pois é afetado<br />

pelo real da língua e também pelo real da história, não<br />

tendo controle sobre o modo como elas o afetam. Isso<br />

redunda em dizer que o sujeito discursivo funciona<br />

pelo inconsciente e pela i<strong>de</strong>ologia (2001, p.20).<br />

Po<strong>de</strong>mos analisar também, <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, na fala <strong>de</strong> P2,<br />

o item lexical grifado “informa” como um índice interdiscursivo, pois se,<br />

<strong>de</strong> um lado o TJ dá relevo à exibição <strong>de</strong> suas matérias, <strong>de</strong> outro lado<br />

pouco espaço oferece à veiculação <strong>de</strong> notícias. O que embasa o sujeito<br />

a dizer isso é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo discurso <strong>de</strong> se mostrar verda<strong>de</strong>iro:<br />

sempre no TJ notícia e imagem caminham juntas justamente para quebrar<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong> com relação ao conteúdo informado,<br />

qualquer suspeita do público. Se bem que, como se trata <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong><br />

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