14.01.2015 Views

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

informal, enquanto que colonizar <strong>de</strong>nomina processos mais complexos<br />

como um planejamento (particular ou oficial), on<strong>de</strong> a realização <strong>de</strong> tal<br />

empreendimento <strong>de</strong>manda algo mais inerente ao capital.<br />

Outros dois pontos que merecem discussão são os conceitos<br />

<strong>de</strong> frente pioneira e <strong>de</strong> frente <strong>de</strong> expansão, que <strong>de</strong> forma particular estão<br />

intimamente ligados aos <strong>de</strong> ocupação/colonização. José <strong>de</strong> Souza<br />

Martins em seu texto intitulado “Frente pioneira: contribuição para uma<br />

caracterização sociológica” (1971), aponta que uma das principais diferenças<br />

entre frente pioneira e frente <strong>de</strong> expansão diz respeito à forma<br />

econômica predominante na “zona pioneira”. O conceito <strong>de</strong> zona pioneira<br />

pertence à Geografia, já os conceitos <strong>de</strong> frente <strong>de</strong> expansão e<br />

frente pioneira são utilizados pela sociologia, antropologia e ambos são<br />

emprestados à história, o que não impe<strong>de</strong> que também sejam utilizados<br />

por outras áreas. Nas palavras do autor: “A frente pioneira exprime<br />

um movimento social cujo resultado imediato é a incorporação <strong>de</strong> novas<br />

regiões pela economia <strong>de</strong> mercado. Ela se apresenta como fronteira<br />

econômica”. (1971, p. 35). Martins ainda pontua acerca da frente <strong>de</strong><br />

expansão colocando que esta se diferencia da frente pioneira pelo fato<br />

da sua economia estar fundada em uma economia do exce<strong>de</strong>nte, ou<br />

melhor, “<strong>de</strong>la saem produtos que assumem a condição <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> troca<br />

na economia <strong>de</strong> mercado”. (1971, p. 36)<br />

Po<strong>de</strong>mos ver aqui a ligação dos termos ocupar/colonizar e frente<br />

<strong>de</strong> expansão/frente pioneira. A ocupação que outrora dizemos, assemelha-se<br />

à frente <strong>de</strong> expansão, e, a colonização que em sua gênese<br />

visa uma forma mais direta <strong>de</strong> obter capital, é inerente a frente pioneira.<br />

Visto estas colocações sobre alguns conceitos que serão fundamentais<br />

para compreen<strong>de</strong>rmos a dinâmica a qual estava envolta a região<br />

Noroeste <strong>de</strong> São Paulo no contexto da “Marcha para o Oeste”,<br />

po<strong>de</strong>mos passar para a análise historiográfica propriamente dita do<br />

contexto.<br />

Nos anos que anteciparam a ocupação da região Noroeste<br />

paulista, esta era habitada na sua maioria pelos índios caiapós que<br />

“dominavam as partes dos planaltos compreendidos entre os rios<br />

Gran<strong>de</strong> e o Tietê” (MONBEIG, 1984, p.129). Com o aumento gradativo<br />

<strong>de</strong> migrantes que partiram para esta região, as populações indígenas<br />

foram <strong>de</strong>saparecendo e hoje praticamente inexistem na localida<strong>de</strong>,<br />

isto ocorreu por motivos diversos, sendo o conflito armado<br />

entre brancos e índios e o contato com novas doenças os principais<br />

motivos que levaram a este quadro <strong>de</strong> completa extinção das populações<br />

indígenas.<br />

200

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!