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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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Essa condição de analfabetismo dos jovens, encontrada no estado de Pernambuco, épreocupante. Segundo o documento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísio Teixeira intitulado “Um olhar sobre os indicadores do analfabetismo no Brasil", de 2002,uma das piores situações é encontrada em Pernambuco. De acordo com esse estudo, o estadopossui o quarto maior contingente de analfabetos do Brasil, com 80 mil analfabetos em idade de15 a 29 anos. Os números do analfabetismo nessa faixa etária revelariam, segundo esse estudo, ofracasso recente do sistema educacional brasileiro.Estar fora da escola é, portanto, uma condição de exclusão social. Ao jovemcandidato ao emprego, é exigido que ele seja, no mínimo, alfabetizado. Para que ele participe dequalquer atividade, o requisito é que ele esteja freqüentando com regularidade a escola. Mas adespeito dessa valorização da escola pela sociedade, os jovens mais pobres alentam pouca ilusãoquanto ao que podem esperar dela. A escola já não é mais percebida pelos jovens como garantiada empregabilidade (Novaes, 2003). Apesar de haver um incentivo em políticas públicasnacionais para garantir o jovem na escola, como o antigo Programa de Bolsa-Escola, substituídopelo Bolsa-Família, ainda existe um alto percentual de evasão escolar, como revela o documentodo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2000) . Porexperiência própria, os jovens sabem que a escola pode ajudá-los a conseguir emprego, mas nãolhes garante (op.cit. p. 137) que permanecerão empregados. Essa ambigüidade da representaçãoda escola cria um dilema para jovens continuarem a investir na própria formação.No mundo modificado do trabalho sob “o fantasma do desemprego”, os jovensflutuam entre contratos de curta duração e dispensas constantes, e se submetem, na maioria dasvezes, quanto menos qualificados forem, ás condições de precariedade do trabalho. Essasincertezas sobre a expectativa de emprego geram conflitos domésticos em quase todas ascamadas sociais.. Os pais alimentam uma esperança quanto à inserção dos filhos no mercado detrabalho, o que os leva a cobranças, com frustrações e tensões domésticas.Jovens responsáveis por domicíliosEssa condição de exclusão é agravada ainda mais quando os domicílios sãochefiados por jovens. O Recife possui um total de 376 mil domicílios particulares permanentes e32 mil desses domicílios têm como responsáveis pessoas com idade entre 15 e 29 anos, o querepresenta 9% do total dos domicílios. Isso significa que os jovens, ao assumirem aresponsabilidade por um domicílio, na maioria das vezes perdem a oportunidade de continuar osestudos e de fazer escolhas que os direcionem na obtenção de um emprego melhor. Tal situação,206

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