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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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Situação da mulher jovem: gravidez na adolescênciaDentro desse mesmo quadro de exclusão dos jovens, a situação ainda é mais gravequando se trata de jovens adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos, definidas pelaOrganização Mundial de Saúde como “mães adolescentes” (Secretaria Municipal de Saúde,2000).O jovem adolescente vive, em geral, uma grande tensão decorrente da passagem dafase infantil para a adulta, acompanhada pelas sensações e descoberta do corpo, escolha sexual, eingresso no mundo do trabalho. Essas experiências, quando não seguidas da tutela familiar ou doEstado, e, quando associadas à condição de uma transição existencial de uma gravidezprematura, pode levar o adolescente a entrar num ciclo vicioso de pobreza e exclusão,principalmente quando o adolescente é menina-mulher. Em todo estudo sobre o mapeamento dajuventude, essa condição apresenta-se como um importante indicador de vulnerabilidade pelasquestões sociais que remetem à problemática de gênero.Mesmo com uma maior disponibilidade de informação sobre a prática do sexoseguro, veiculada pelos meios de comunicação, pelas campanhas governamentais, a exemplo doPrograma de Saúde da Família (PSF) e do programa municipal “Mais Vida”, pelas temáticasabordadas no ensino formal, ainda é elevado o número de adolescentes que engravidam. NoRecife, de cada 100 crianças nascidas vivas, em 2000, 24 têm mães com idade entre 10 a 19 anos(Secretaria de Saúde do Recife, 2000).Apesar de a gravidez na adolescência não representar sinônimo de tragédia, namaioria dos casos, ela acarreta problemas emocionais, financeiros, físicos, e até mesmo de ordemmoral, sem falar das frustrações, e, sobretudo, pelas novas responsabilidades que a jovem mãe eo jovem pai passam a assumir sem estar devidamente preparados. Torna-se angustiante aperspectiva de que suas vidas serão modificadas inteiramente com a chegada de um filho oufilha. Entretanto, como afirma Sumano (1989):Muitas vezes a falta de apoio e afeto familiar, em uma adolescente cuja auto-estima ébaixa, com mau rendimento escolar, grande permissividade familiar e disponibilidadeinadequada do seu tempo livre, poderiam induzi-la a buscar na maternidade precoce omeio para conseguir um afeto incondicional, talvez uma família própria, reafirmandoassim o seu papel de mulher, ou sentir-se indispensável a alguém (SUMANO, 1998;CAMPOS, 2000).215

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