10.07.2015 Views

MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

poder econômico, ao gênero, à etnia, seja, inclusive, aos subgrupos etários que compõem oconjunto das pessoas com sessenta anos e mais de idade. Pensar no coletivo idoso,vislumbrando possíveis cenários para as gerações que começam a envelhecer, requer autilização de um conceito que transcenda a tradicional correlação entre velhice e pobreza.Trata-se de reconhecer a existência de uma diversidade de situações e dificuldades queenvolvem a pessoa idosa, impedindo a sua inclusão social.Sem dúvida, o segmento idoso enfrenta formas de exclusão que não se definemunicamente em termos econômicos. As desigualdades presentes na sociedade assumem, emgeral, um contorno específico para aqueles que chegam à velhice (ou melhor, às diversasvelhices), exigindo a criação de alternativas diferenciadas que superem os abismos de negaçãoou acesso a um padrão mínimo de cidadania. Para sua superação, torna-se fundamentalretratar essa realidade em sua territorialidade, pois:“é no território que as desigualdades sociais tornam-se evidentesentre os cidadãos, as condições de vida entre os moradores de umamesma cidade mostram-se diferenciadas, a presença (ausência) deserviços públicos se faz sentir e a qualidade destes mesmos serviçosapresentam-se desiguais” (KOGA, 2003,p.33) 1Analisar a temática da velhice e sua relação com a cidade é ter presente, ainda,que não se pode continuar seguindo paradigmas homogeneizadores do processo deenvelhecimento, os quais foram tradicionalmente utilizados para orientar as políticas públicase até mesmo as iniciativas particulares (seja da família, seja das instituições privadas) paraatender as demandas da pessoa idosa.Considerando esses aspectos, torna-se fundamental refletir mais detalhadamentesobre as especificidades relativas ao tema antes de enfocar a realidade desse coletivo noRecife, objeto central deste capítulo.A universalidade da velhiceA interpretação da realidade da pessoa idosa na cidade do Recife exige umareflexão preliminar, ainda que não muito extensa, a respeito dos processos mais amplos quevêm transformando a questão da velhice em um elemento central no pensamento político eeconômico das sociedades atuais. Ocorre um fato básico que, atualmente, universaliza a1 Koga, Dirce (2003). Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São Paulo:CortezEditora.232

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!