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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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capita, introduzido em 1969 com o objetivo de medir a distribuição da opulência econômica,o qual “trata a realidade pela média e não pela sua distribuição real” (SPOSATI, 2001). O PIBé em geral avaliado pela “quantidade de dinheiro que troca de mãos” (BAUMAN, 2005,p.147) e reflete os ativos de uma nação.No que pese à possibilidade que traz o PIB de analisar as conseqüências dasdisparidades do PIB per capita entre as regiões quanto à distribuição de riqueza, podendogerar inflexões pertinentes e importantes como aquelas que registram o fato de as cidadesricas com maior PIB fecharem suas portas aos “pobres” sempre que os recursos escasseiamem outras regiões, e chamar a atenção para o que ocorre com a forma de modernidade no país,contudo, os dados do PIB e sua discrepância não revelam as tensões da pobreza nem osprocessos de uma crise social mais profunda (CAVALCANTI, 1999). O foco apenas napobreza induz à difusão de interpretações fora dos modos como se dão as transformaçõessociais entre os pólos pobreza e riqueza.As referências auto-explicativas induzem muitas vezes a desconcertantes eviciosas explicações circulares: “Pois não obstante o rigor lógico do encadeamento dasproposições que compõem o círculo vicioso da pobreza, a compreensão do fenômeno que sepretende explicar termina reduzida à dimensão tautológica”, tão bem colocada por DirceuPessoa (1994), ao lembrar o economista sueco prêmio Nobel de economia, Gunnar Myrda,quando esse fala das formas de dependência circular da pobreza: como a de que os pobres sãopobres - porque não trabalham - porque são analfabetos - porque são inconstantes - porquenão têm terra - por isso, são pobres; são pobres - porque são desorganizados - porque nãotêm acesso aos meios de comunicação - porque são doentes - porque vivem só da subsistência- porque são mal nutridos - por isso, são pobres (PESSOA, 1994, p.60; CAVALCANTI,1999).Essas formulações podem assumir diversas configurações típicas sem nenhumaruptura do círculo vicioso em que se encontra a lógica desse pensamento, o que impede arevelação de saídas possíveis desse labirinto circular, perpetuando a situação e criando formaspreconceituosas de tratar os problemas daqueles que lutam pela ampliação de sua cidadania,de seus direitos à moradia, à terra e ao respeito pela dignidade de serhomem/mulher/criança/velho (CAVALCANTI, 1999).Outras análises foram sendo incorporadas para a explicação da pobreza, saindo-se daquestão da falha do indivíduo ou dos grupos e da média mais geral da produção de riqueza, e23

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