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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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controle da natalidade, dentro da política demográfica hegemônica da década de 1970, a qualconsiderava a redução da fecundidade como fator indispensável para a solução dos problemasdo subdesenvolvimento e da pobreza (DEL PANTA, 1990,p.34). Tratava-se de orientaçõesideológicas que levaram os governos a implementar medidas radicais de controle danatalidade nos países periféricos e nos setores mais pobres das sociedades industrializadas(STROBL,1994,p.9). Paralelamente, o crescimento econômico experimentado por algunspaíses latino-americanos nas últimas décadas, contribui para a expansão das classes médias,que introduzem mudanças em suas pautas culturais, inclusive no tocante à diminuição dotamanho ideal de família (POPOLO, 2001,p.8).Tal conjunção de elementos gera uma redução progressiva das taxas defecundidade em praticamente todos os países participantes do processo de industrialização(CASALS, 1982,p.24). Essa tendência, que se inicia de maneira mais acentuada na França, éseguida em ritmos distintos por outras sociedades, registrando-se na Europa, já em 1975, umíndice médio de fecundidade de 0,96 filhos por mulher (ONU, 2002c,p.78). De acordo com asprojeções realizadas, o comportamento da fecundidade adotará um perfil relativamenteuniforme nos próximos cinqüenta ou sessenta anos. Para o período de 2025/2030, prevê-seque os países das regiões periféricas, tal como os da América Latina e África, se aproximarãodos níveis da Europa e dos Estados Unidos, com um índice de aproximadamente 1,7 filhospor mulher (ONU, 2002c,p.79). A redução radical prevista para a América Latina é notável, jáque terá as mesmas taxas que os demais blocos econômicos, em um período de tempo muitomais reduzido. O grau da velocidade como vem se reduzindo a fecundidade em grande partedos países periféricos pode ser sentida quando comparada com a trajetória demográfica deoutros países e regiões, que experimentam uma redução similar em um período bastante maisamplo de tempo. Tal redução, relativamente abrupta e rápida, sobrevém, em parte, devido aosprogramas de controle da natalidade realizados na América Latina e na África, inclusive pormeio da esterilização maciça de mulheres adolescentes pobres (STROBL, 1994,p.26).Ao lado da queda da fecundidade, considera-se também o aumento da esperançade vida. A partir dos anos 1940 e 1950, já se observava nos países centrais o aumentosignificativo da esperança de vida das pessoas, como resposta aos avanços realizados nosplanos econômico e social. Nos países da América Latina, a importação de tecnologiasmédicas é o elemento que mais contribui para a prevenção e a cura das doenças. Por essarazão, alguns autores interpretam o aumento da esperança de vida nos países periféricos comoalgo artificial, já que esse processo não se deriva da introdução de mudanças estruturais nasociedade, mas sim, da importação de avanços tecnológicos pela área médica, que configura234

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