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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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o modelo e o estilo de vida característicos dos países centrais (GOLDANI, 2002,p.237;NETTO JORDÃO, 1997,p.24). Os aspectos positivos gerados por tal processo se traduzempelo aumento da longevidade da população em um espaço de tempo inferior àquele que se feznecessário nos países centrais. No entanto, essa redução fez com que, nos países periféricos, ocrescimento da população envelhecida coincida com a existência de uma ampla e significativapopulação jovem. No período entre 1950-1955, a esperança de vida dos países centrais situaseem torno dos 66,2 anos, enquanto nos países periféricos a média é de apenas 35 anos (NettoJordão, 1997,p.25). A diferença é de 31 anos entre as duas médias. As projeções (ONU,2002,p.51) indicam que, no período compreendido entre 1950/2000, a discrepância entre asduas regiões é de aproximadamente 20 anos, sendo que a esperança de vida no bloco central éde 75,6 e no periférico é de 51,4 anos. Essa desigualdade tenderá a diminuir a partir de 2045,com uma esperança média de vida que se situará em 82,1 anos nos países centrais e 69,7 nospaíses periféricos (ONU, 2002,p.51).O envelhecimento populacional é, portanto, um processo de caráter irreversível,de proporção internacional. Faz parte da agenda política dos países centrais, estando há duasdécadas, pelo menos, presente nas preocupações dos países considerados ainda jovens, talcomo o Brasil. Ocorre que o aumento proporcional da população idosa se realiza em ritmos ecircunstâncias diferentes. No bloco das regiões desenvolvidas, o envelhecimento dapopulação se processou dentro de um panorama econômico favorável, convivendo com umEstado de Bem-Estar relativamente estruturado, o que permitiu uma absorção gradual dastransformações geradas por tal transição. Nos países periféricos, registra-se, não apenas umprocesso de envelhecimento mais acelerado, como também uma conjuntura econômica e umquadro de desigualdades extremas, o que dificulta ainda mais o atendimento às demandasespecíficas desse coletivo.Envelhecimento populacional: desafio ou problema?Os estudos sobre a velhice afirmam, de forma relativamente consensual, que apreocupação com o envelhecimento sempre esteve presente ao longo da história dahumanidade. Na mitologia, na literatura, nas artes e no desenvolvimento científico dassociedades, esse é um tema referente, embora se alterem as imagens e os discursos elaboradossobre o seu significado que varia, não apenas com os tempos históricos mas também nasdiferentes culturas (MINOIS,1987,p.13; BEAUVOIR, 1970,p.19; ALBA,1992,p.11;YUBERO,1999,p.61). A partir da década de 1980, no entanto, a preocupação com235

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