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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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concorrem para a degradação das áreas naturais remanescentes que, por lei, deveriam serpreservadas.Além disso, por conta do baixo nível de renda e da falta de assistência do PoderPúblico, a população é levada a exercer o uso direto dos recursos naturais, como, porexemplo: a caça e a pesca para a alimentação; a retirada de lenha para o cozimento dealimentos, para a construção das habitações ou para a comercialização como fonte de renda,dentre outras atividades que também levam à degradação ambiental.As conseqüências de tal processo atingem toda a cidade, mas recaemprincipalmente sobre a população pobre local que convive com a degradação ambiental. Asocupações predatórias nos morros, matas, margens de rios e canais aumentam os riscos dedesmoronamentos e enchentes. Além disso, a contaminação dos corpos d’água urbanos poresgotos e lixo doméstico ocasionam enfermidades: leptospirose, doenças diarréicas, hepatite,dentre outras, as quais ameaçam a saúde e a qualidade de vida da população (MARICATO,2001).A complexidade do problema requer, para o seu enfrentamento, a abordagemsimultânea dos aspectos sociais e ambientais envolvidos, por meio de uma análise integrada esistêmica, que considere as inter-relações e interdependências entre os seres humanos e anatureza. Essa abordagem pode ser encontrada na perspectiva socioambiental, que defende aconsideração conjunta dos recursos naturais e humanos existentes nas Unidades deConservação nos seus processos de planejamento e gestão (SANTILLI, 2005).A partir dessa perspectiva, a instituição das UCs em cidades com fortes processosde urbanização torna-se um instrumento de melhoria da situação social dos grupos humanosque ocupam seu interior e entorno, por meio de uma gestão participativa e compartilhada dasáreas protegidas, bem como da constituição de mosaicos de UC de diferentes categorias, ondepodem ser estabelecidas áreas de proteção mais rigorosa e outras destinadas ao usosustentável de parcela dos seus recursos naturais pela população que aí habita (GUIMARÃES,2001; BENSUSAN, 2006).Com base nessas considerações, este capítulo objetiva caracterizar a situação daexclusão/inclusão socioambiental existente nos bairros onde se situam as Unidades deConservação do Recife, sob o ponto de vista da tensão entre duas variáveis: a proteção dasUnidades de Conservação e o uso e a ocupação do solo urbano pela população em situação deexclusão. O foco está em estudar a situação de exclusão/inclusão nos bairros de Dois Irmãos eSítio dos Pintos e suas conseqüências sobre as UCs do local, bem como discutir alternativaspara o enfrentamento desse problema com base na perspectiva socioambiental.263

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