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MOSAICO URBANO DO RECIFE - Fundação Joaquim Nabuco

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a velhice e a realidade da pessoa idosa adquire um aspecto inovador e desafiante. Inovador,porque ocorre um deslocamento dos aspectos que historicamente estimularam os estudossobre essa fase da vida: transforma-se uma perspectiva que enfatizava o estudo da velhicebuscando a sua superação (o prolongamento da juventude) em uma nova lógica,internacionalmente compartilhada, de que é necessário compreender o envelhecimento e arealidade da pessoa idosa em si mesma, sob o risco de se comprometerem os planos dedesenvolvimento das sociedades ocidentais do século XXI (ONU: 2002,p.9; MONTORO,2000, p.45). Nesse sentido, apresenta-se o elemento desafiante que envolve a temática davelhice, pois, pela primeira vez na história humana, ela se vincula não apenas ao contextopessoal, existencial, familiar, individual do processo biológico e social da pessoa idosa, mas,principalmente, às diversas estruturas sociais e econômicas que compõem uma sociedade.Esse desafio decorrente primordialmente, do envelhecimento populacional, ou seja, doaumento da proporção de pessoas idosas no mundo, acentua-se diante de uma dinâmica quesempre considerou o perfil demográfico de uma população jovem como o modelo ideal paraos planos de desenvolvimento.A tendência de interpretação dominante identifica as pessoas idosas como umgrupo de densidade significativa, o qual virá a produzir problemas no atual sistema dedistribuição dos recursos públicos, seja da Previdência Social, seja dos gastos sócio-sanitários.Nessa perspectiva, a população idosa transforma-se em uma preocupação muito maisameaçante do que a velhice como um processo biológico. A necessidade, portanto, deencontrar alternativas de inclusão social para esse grupo etário supera a motivação históricade estudar o envelhecimento para entender suas causas e encontrar a “fonte da juventude”.Dessa forma, a preocupação dominante quanto ao tema, baseada nos aspectos físicos e em umenfoque isolacionista da velhice, se vê progressivamente suplantada por uma concepção quetransforma o envelhecimento em uma questão pública.Tal relevância, por si só, já justificaria o estudo aqui proposto, como forma deconhecer e dar visibilidade a esse coletivo que é, segundo pesquisa do IBGE, o contingentepopulacional que mais cresce no Brasil. A população idosa brasileira (IBGE:2002), que hojecorresponde a 8,57% da população total, será em 2020, ou seja, no espaço de apenas umageração, de aproximadamente 31 milhões de pessoas, transformando o Brasil no sexto país emtermos absolutos de pessoas idosas no ranking mundial (CAMARANO, 2004,p.1).Essa mudança no perfil etário da população não demonstra apenas o aumento docontingente de pessoas idosas acompanhado da diminuição dos grupos de jovens e crianças.Observa-se, também, o fenômeno do envelhecimento dentro do envelhecimento, ou seja, o236

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