10.04.2017 Views

o-homem-e-os-seus-desejos-em-conflito-j-krishnamurti

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

c desejais continue, é meramente o reconhecimento de uma coisa já<br />

acabada; portanto, já não é silêncio.<br />

Isto é talvez um pouco complicado, e requer atenção de v<strong>os</strong>sa<br />

parte. O que estou dizendo é: o silêncio não pode ser “ experimentado”<br />

. “ Experimentar o silêncio” é uma coisa terrível. Que sugere<br />

essa experiência? Reconhecimento da coisa que experimentastes como<br />

silêncio e que é reação de v<strong>os</strong>sa m<strong>em</strong>ória. O pensamento reconhece<br />

o silêncio. E no momento <strong>em</strong> que o pensamento reconhece o silêncio,<br />

isso já não é silêncio; é algo pertencente ao passado, a que destes<br />

no presente o nome de “ silêncio” .<br />

Assim, para compreenderdes o que ê o silêncio, deveis estar<br />

livre da submissão e da limitação, livre da autoridade, livre das experiências<br />

de ont<strong>em</strong>, que acumulastes. Porque todas as experiências que<br />

acumulastes são condicionadas e ao mesmo t<strong>em</strong>po condicionantes;<br />

elas pertenc<strong>em</strong> ao passado e fortalec<strong>em</strong> o passado. Também, é necessária<br />

a terminação do pensador e do pensamento como duas entidades<br />

separadas, porque esta divisão faz surgir o <strong>conflito</strong> da dualidade.<br />

Então, se não estais a buscar o silêncio, se nenhuma experiência estais<br />

a exigir, porque compreendestes o inteiro significado da experiência<br />

— então, talvez, s<strong>em</strong> o perceberdes, o silêncio poderá vir.<br />

Só a mente “ inocente” é silenci<strong>os</strong>a. Alcançado esse estado, há, então,<br />

nesse silêncio, um movimento extraordinário, s<strong>em</strong> nenhum observador<br />

a observar o movimento; há só movimento, não há experimentador<br />

e, por conseguinte, não há experimentar. O t<strong>em</strong>po se tornou<br />

inexistente.<br />

Para a maioria de nós, isso é apenas informação e, portanto, s<strong>em</strong><br />

valor. O que t<strong>em</strong> valor é perceber o fato de que a autoridade, de<br />

qualquer espécie que seja, é destrutiva, seja autoridade da tradição,<br />

seja a do Salvador, do Mestre ou deste orador. Nós buscam<strong>os</strong> a<br />

autoridade porque desejam<strong>os</strong> certeza, não desejam<strong>os</strong> errar, quer<strong>em</strong><strong>os</strong><br />

fazer o que é correto, seguro, respeitável. E uma mente respeitável<br />

não é apenas uma mente “burguesa” , medíocre, mas também uma<br />

mente insensível e incapaz de estar de todo atenta. Quando há atenção<br />

completa, há virtude — não uma imitação de virtude, conforme<br />

a pratica a sociedade respeitável. A virtude é então algo novo, que<br />

se encontra tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> dias, ao virar de cada esquina. Vereis que há<br />

então um silêncio e, nesse silêncio, imensurável criação.<br />

Pergunta: Se v<strong>em</strong><strong>os</strong> as coisas como são, com atenção total, com<br />

percebimento s<strong>em</strong> escolha, que acontece <strong>em</strong> relação<br />

às várias formas de arte, principalmente aquelas que<br />

se relacionam com a palavra?<br />

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!