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5- orações da sapiência

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INTRODUÇÃO

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do Doutor frei Martinho de Ledesma, Vice-Cancelário por comissão de D. Clemente,

prior crasteiro de Santa Cruz e Cancelário da Universidade, e do Doutor Afonso do

Prado, Reitor, e do Doutor Marcos Romeiro, padrinho, e de outros muitos doutores

e mestres: o dito padrinho, por comissão do dito Vice-Cancelário, deu o grau de

Mestre em Artes a Hierónimo de Brito, de Lisboa. E foram testemunhas o Doutor

Rodrigo de Reinoso e Francisco Franco e o Mestre Diogo de Gouvea e o Mestre

António [dalvim?] e outros, e eu, Diogo de Azevedo, lhe dei juramento, conforme

aos Estatutos, que esto escrevi.»

A derradeira prova documental da frequência da Universidade de Coimbra por

parte de Jerónimo de Brito mostra-no-lo, em 23 de Maio de 1554, como estudante

da Faculdade de Teologia, e reza o seguinte:

«Provou Hierónimo de Brito, de Lisboa, e Diogo da Costa, de Vila Nova de

Portimão, que ouviram Teologia scl Hierónimo de Brito provou que começara de

ouvir Teologia desde o princípio do mês de Julho de 553 até à feitura deste assento

[...] e os dous meses de férias do dito ano de cinquenta e três [...].» 20

Ora, a 27 de Outubro deste mesmo ano, na p. 3* da carta dedicatória que antecede

a Oratio académica que 26 dias antes pronunciara diante de toda a Universidade, não

só confessa a D. João III que resultara do incitamento do monarca o seu propósito

de frequentar a Academia conimbricense, como também a nós nos confirma tudo

quanto acabámos de concluir recorrendo às fontes documentais:

«Quantum in suscepto munere perfunctus, in hanc tuam florentissimam Conimbricae

Academiae ingenii excolendi gratia me contulerim ibique primis litteris et Logicae et

Philosophiae praeceptis optimis praeceptoribus sim imbutus, tandemque sacrosanctae

Theologiae studium aggressus.» (“O quanto me apliquei na tarefa a que me votei,

mostrá-lo-ia a Vossa Alteza até por esta forma, como aquele que, cumprindo o

vosso encargo, me desloquei para esta florentíssima Academia de Coimbra para

cultivar a minha inteligência e aí fui instruído pelos melhores mestres nas primeiras

letras e nos preceitos da Lógica e da Filosofia e, ao cabo, empreendi o estudo da

sacrossanta Teologia.”).

Ou seja, estamos perante um clérigo jovem, muito provavelmente só com ordens

menores (que já lhe permitiriam fruir das benesses de capelão del-rei), pertencente

a uma família ilustre com entrada na Corte e assento em Lisboa, conquanto de

origem santarena, mestre em Artes e a meio de um curso de Teologia: um conjunto

de circunstâncias abonatórias que parecem ter contribuído para o convite que Brito

recebeu da parte de D. Clemente da Silva, cancelário da Universidade e prior de

Santa Cruz, 21 para escrever e pronunciar o discurso com que se inaugurou o ano

académico de 1554-1555.

20

Arquivo da Universidade de Coimbra, Autos e Graus, tomo 5, livro 1, fl. 6.

21

Veja-se a nota que consagramos infra, no início da tradução do texto da Oratio, a esta

personagem.

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