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5- orações da sapiência

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2 5 2 JERÓNIMO DE BRITO

Braga, o futuro mártir Padre Inácio de Azevedo, 27 para poucas páginas adiante nos

informar que:

«Entrou a Quaresma deste ano de 1562 e [...] quis o arcebispo que os menos ocupados

também de sua parte ajudassem animando ao trabalho e acendendo em devação os

que com suor e fadiga contínua cavavam na vinha do Senhor; e ordenou pera este

efeito algumas pregações particulares dos padres portugueses que havia em Trento.

Tocou o primeiro Domingo da Quaresma ao padre frei Anrique de S. Jerónimo,

aliás de Távora, seu companheiro, e foi ouvido por essa rezão de grande parte

dos padres do Concílio. O sermão foi tal que redundou em honra da Ordem e do

arcebispo, a quem se davam os parabéns por muitos prelados dizendo que bem se

parecia o filho com o pai e o discípulo com o mestre.» 28

Não exagerou no encarecimento o melífluo biógrafo, se merece algum crédito

a opinião de quem perpetrou a tradução, que, como Apêndice 3º, o leitor poderá

encontrar mais à frente, desta desassombrada peça de oratória latina, que aliás nesse

mesmo ano mereceu a honra de ser impressa em Bréscia apud Ludouicum Sabiensem.

Uma vez concluído o Concílio, 29 frei Henrique regressou à pátria, vindo a

desempenhar, segundo a informação coincidente de Sousa e Barbosa Machado, o

cargo de prior do convento de Évora da sua Ordem. Ora, conforme atrás se viu,

o Autor da Biblioteca Lusitana aponta a data de 13 de Janeiro de 1567 como a

da confirmação, por parte de Pio V, da nomeação, feita por D. Sebastião, de frei

Henrique para bispo de Cochim, ao passo que o cronista de S. Domingos escreve

que “era entrado o ano de 1566” quando se verificou a designação régia para

aquela prelatura oriental. Mais perto do nosso tempo, Fortunato de Almeida escreve:

“D. Frei Henrique de Távora e Brito, confirmado bispo de Cochim em data que

27

No propósito de aqui se recolher toda a obra literária original do nosso Autor,

transcrevemos a seguir esse pequeno texto, que pela escassez de dimensões não parece merecer

honras de figurar em apêndice:

“Do senhor arcebispo digo que cada vez é mais santo e mortificado e creio que nunca

gastou tão bem o tempo, e se lá for como esperamos em Deus, levará grande alforge pera si

e pera suas ovelhas, e nunca viveu tão conforme a seus intentos como cá. Parece-me que se

por ele fosse não deixaria este género de vida. Tem dado grande cheiro nesta terra e buscam-

‐no tantos pobres como em Braga e a todos satisfaz. Os prelados têm grande conceito dele.

Não quero parecer que louvo minhas cousas, posto que falo com quem o conhece. Ele e a

casa todos ficam bem.

Deus louvado.

De Trento, a 3 de Novembro de 1561” (o. c., p. 205).

28

O. c., p. 216.

29

Os seis volumes da obra de José de Castro Portugal no Concílio de Trento, Lisboa, União

Gráfica, 1944-1946, nada acrescentam ao que dizemos relativamente à estadia e participação

de frei Henrique de S. Jerónimo na cidade do Tirol italiano.

No “Catalogus legatorum patrorum, oratorum et theologorum”, apenso à maioria das edições

dos Sacrosancti Concilii Tridentini Canones et Decreta, na secção reservada aos “Theologi

Ordinis Fratrum Praedicatorum”, pode ler-se: “Henricus de Sancto Hieronymo, cum Reverendissimo

D. Bracharensi”.

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