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5- orações da sapiência

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2 5 4 JERÓNIMO DE BRITO

este capítulo transcrevendo a narração do mesmo episódio final, feita pela pena

de um dominicano que escreveu alguns lustros antes de frei Luís de Sousa e teve

sobre este a vantagem de haver cursado terras mais próximas do cenário onde ele

se desenrolou:

«Determinou de visitar pessoalmente seu arcebispado. [...] E tendo já visitado

todas suas cidades e fortalezas, veio ter a Chaul, onde lhe deram peçonha, por ser

muito inteiro e rigoroso em repreender e castigar pecados públicos. Da qual peçonha

morreu e jaz sepultado em ũa sepultura, que está no cruzeiro de S. Domingos de

Chaul, na parede junto do altar de Nossa Senhora do Rosário. O companheiro do

arcebispo, religioso da mesma Ordem, que ajudou a comer da peçonha, não morreu

dela, mas pelou-se todo e esteve muito mal.» 37

II

1. Damos em seguida a relação circunstanciada das orações de sapiência

directamente relacionadas com a cultura portuguesa cujos textos chegaram até nós

e pronunciadas até ao 1º de Outubro de 1555, data da lida pelo bacharel em Artes

vianense António Pinto diante da Academia de Coimbra:

– Cataldo Parísio Sículo: Oratio habita Bononiae publice a Cataldo in omnium

scientiarum et in ipsius Bononiae laudes, pronunciada em Bolonha, 38 antes de 1485,

ano provável da sua vinda para Portugal. 39

Edições: Epistolae et orationes quaedam Cataldi Siculi, Lisboa, Valentim Fernandes,

1500, fls. h5 vº-i iii vº. Deste volume e da sua continuação se fez uma edição moderna

fac-similada: Epistolae et Orationes de Cataldo Parísio Sículo, com introdução de

Américo da Costa Ramalho, Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1988.

– D. Pedro de Meneses, conde de Alcoutim: Oratio habita a Petro Menesio comite

Alcotini coram Emmanuele S. rege in scholis Vlyxbone, pronunciada no Estudo Geral

de Lisboa em 18 de Outubro (dia de S. Lucas) de 1504.

Edições: a) apud Epistolarum et quarundam orationum secunda pars de Cataldo,

sem lugar nem data de impressão (mas circa 1513), foll D-Eiii; b) D. Pedro de

Meneses, Oração proferida no Estudo Geral de Lisboa, com reprodução fac-similada.

Estabelecimento do texto e tradução de Miguel Pinto de Meneses, Lisboa, Instituto

de Alta Cultura, 1964.

37

Frei João dos Santos, Etiópia Oriental e Vária História de Cousas Notáveis do Oriente,

Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999,

p. 505. – A 1ª edição deste livro saiu dos prelos de Manuel de Lira, em Évora, no ano de 1609.

38

Embora lida fora do território nacional e por Autor estrangeiro, a importância do magistério

de Cataldo e a influência desta oração em escritores portugueses – além da circunstância de

a sua 1ª edição ter saído de prelos lusitanos – justificam plenamente a sua inclusão nesta lista.

39

Vd. Américo da Costa Ramalho, Para a História do Humanismo em Portugal – I, Coimbra,

INIC, 1988, p. 41.

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