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INTRODUÇÃO
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acerca dos colégios e do método de ensino da Companhia de Jesus pronunciou-o em
Coimbra, no 1º de Outubro de 1555, por ocasião de o invictíssimo rei de Portugal
D. João III ter entregue o Colégio Conimbricense das Artes à Companhia de Jesus”);
b) teve inúmeras reedições, cuja relação se pode ver nos reportórios bibliográficos
da corporação religiosa a que o Autor pertencia, especialmente a obra clássica de
Carlos Sommervogel, S. I., Bibliothèque de la Compagnie de Jésus, Bruxelas, tomo
6, 1895, pp. 547-554.
A leitura que fizemos de todas as peças oratórias académicas que hoje se
enfeixam neste volume leva-nos a capitular a presente como a de mais rasteiros
voos literários. Embora o vínculo de quase paternidade que a ela nos liga como
responsável pela tradução nos pudesse induzir ao vício em que a maior parte dos
progenitores humanos incorre quando se trata de qualificar os méritos da sua prole,
o amor da verdade obriga-nos a prevenir o leitor de que não se encontra perante
uma obra de génio. Do mesmo passo também nos parece da mais elementar justiça
desde já qualificá-la como o que nos parece que é: trabalho metódico, mediano e
competente, bem-intencionado e honesto, em que o pendor moralizante avulta e
faz adivinhar o teor de vida por que muito em breve o Autor irá enveredar.
Ora, nestas condições, em vez de retalharmos com o bisturi de uma análise severa
uma peça oratória a que as imposições da praxe obrigavam a um desenvolvimento
pré-determinado dentro de um período de tempo relativamente curto, parece-nos
preferível chamar a atenção do leitor para alguns dos aspectos (poucos e sobretudo
acessórios) em que esta obra se singulariza relativamente à toada comum em que
se une com as suas congéneres.
Assim, a primeira e imediata observação tange às próprias dimensões físicas da
Oratio de Jerónimo de Brito, que são inferiores às das suas irmãs. É certo que esta
aparente desvantagem é compensada pelos fortes esteios a que se arrima: o Doutor
frei Martinho de Ledesma, o poeta Inácio de Morais, D. João III e o Cancelário da
Universidade (o Geral dos Crúzios D. Clemente da Silva).
A “censura” do dominicano frei Martinho de Ledesma, a breve trecho irmão de
hábito do nosso Autor e seu mestre na Faculdade de Teologia, toda ela ressuma
a mais cálida simpatia, sentimentos que, sob a forma de três dísticos elegíacos,
também quis exprimir Inácio de Morais, que por então frequentava a Faculdade de
Leis, na qual obtivera o grau de bacharel a 26 de Julho deste mesmo ano de 1554. 41
Nesta pequena composição, a amizade do vate transmontano leva-o a emparelhar
hiperbolicamente os dotes de pintor e de orador de Brito com os dos seus supostos
émulos greco-latinos: Apeles e Cícero...
p. 302.
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Vd. Mário Brandão, Estudos Vários, Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1972, 1º volume,