Saberes da Extensão - ANAIS DO I SEMINÁRIO
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
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Acessibilidade e deficiência visual
INTRODUÇÃO
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre
2004 e 2014, o número de matriculados no ensino
superior aumentou e também o ingresso de pessoas
com deficiência. Em 2004, por exemplo, o número
de pessoas com deficiência que se matricularam em
cursos superiores presenciais e à distância no Brasil
foi de 5.395, o que representou 0,12% do total de matriculas
no país neste ano, que foi de 4.223.344. Em
2014, por sua vez, cerca de 7.828.013 estudantes se
matricularam em cursos superiores no país, o que representou
um crescimento de 85,35%, frente a 2004.
Em relação aos alunos com necessidades educativas
especiais o aumento foi de 518,66%, atingindo 33.377
matrículas (INEP, 2014).
Diante da perspectiva do aumento do número de
pessoas com deficiências na formação acadêmica
em nível superior, e também de outros níveis, propuseram-se
projetos de promoção da acessibilidade.
Os projetos de extensão Acessibilidade I e II, aprovados
pelos editais 07/2017 e 03/2018 do Instituto
Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos,
têm como objetivo promover a inclusão de pessoas
com deficiência visual a fim de reduzir os desafios
e barreiras que afetam o cotidiano desses cidadãos,
bem como possibilitar viver de forma independente
e plenamente participativa. Pessoas com deficiência
possuem direito à efetiva participação e inclusão na
sociedade e dispor da igualdade de oportunidades
como as pessoas sem deficiência.
A inserção do aluno com deficiência visual
nas salas regulares de ensino tem como finalidade
a autonomia, aprendizagem e o convívio
com a sociedade. Porém, acreditamos que
o papel da inclusão vai além desses tópicos.
Ela também, como fator de transformação,
promove a mudança de pensamento e, consequentemente,
nossas atitudes (TAYNÁ,2018).
As relações com as pessoas com deficiência visual
devem ser pautadas no respeito, aceitação e cooperação
a fim de estabelecer um ambiente propício
para o desenvolvimento do funcionário ou aluno
no ambiente de ensino. Já a estrutura física para a
locomoção e os materiais para estudo/trabalho são
os pré-requisitos para que as pessoas com deficiência
visual possam se desenvolver como aluno/servidor
na busca da sua autonomia pessoal e profissional durante
o curso/trabalho (MEC,2000).
De acordo com Almeida (2016) apud Silva, Gomes
e Junior (2017) “ não é apenas o cadeirante que pode
ostentar a condição de pessoa com deficiência com
comprometimento de mobilidade, mas também as
pessoas com deficiência visual, por conta das grandes
dificuldades de percepção do espaço que possuem”.
METODOLOGIA
As atividades para o desenvolvimento do projeto
tiveram dois seguimentos de atuação: uma perspectiva
prática e permanente no IFMG Campus Arcos
com a instalação de placas indicativas de ambientes
com descrição em braile, a fixação de pisos táteis no
interior do prédio e a aquisição de lupas que auxiliam
a leitura de pessoas com baixa visão, tudo atendendo
à norma ABNT NBR-9050.
O projeto de fixação dos pisos táteis foi elaborado
por meio do software de modelagem desenho 2D,
AutoCad, tendo como base o Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) da Engenharia Mecânica, utilizando-se
de ferramentas das disciplinas de Ciência, Tecnologia
e Sociedade (CTS) e Desenho Técnico Computacional.
Estas auxiliaram no desenvolvimento humanístico,
reconhecendo a importância da tecnologia para
a sociedade, bem como a utilização de software para
detalhar a planta do Campus, e demonstrar os locais
que iriam ser instalados alguns dos materiais.
Uma segunda perspectiva envolveu a sensibilização,
mobilização e ações para a expansão e continuidade
do projeto. Para tal, organizou-se uma palestra
que contou com a presença de 91 pessoas, esta foi
ministrada pela Doutora Rutiléia Portes, formada
na área de linguística. Ela discorreu sobre o uso da
tecnologia, e também sobre sua trajetória acadêmica
e aspectos gerais da vida, como portadora de deficiência
visual.
Realizou-se, também um Grupo de Trabalho (GT)
com alunos e servidores do IFMG Campus Arcos, representantes
de escolas municipais e estaduais, professores
da sala de Recursos Multifuncionais Estaduais
e Municipais, professores de apoio às tecnologias
assistidas e comunicações alternativas, assistente
social, psicóloga, interprete de libras, representante
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