Saberes da Extensão - ANAIS DO I SEMINÁRIO
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
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Diálogos sobre o patrimônio
Dessa forma, com base nos pressupostos teóricos
sobre a preservação da memória e da identidade patrimonial,
defendidas por Pollack (1992), o projeto
“Diálogos sobre o Patrimônio”, foi iniciado no bairro
São Cristóvão, em 2018, por meio de visitas a campo,
contato com as organizações locais e em parceria com
a UFOP/ PROEX e IPHAN/ Programa Sentidos Urbanos,
visando dialogar com crianças/ adolescentes e,
posteriormente, com idosos, sobre o processo de vivência
cotidiana e apropriação da cidade, e teve seu
objetivo voltado para o processo dialógico, quando
foram construídas conjuntamente diversas etapas do
trabalho, como: a produção de vídeo cartas, minuto
lumière e outras ações, que despertaram nos moradores
um olhar diferente sobre o patrimônio e seu bairro.
Crianças e jovens elaboraram roteiros de entrevistas
com os idosos da comunidade, com o objetivo de
traçar uma memória ainda viva da região e as relações
estabelecidas com o patrimônio instituicionalizado,
ou do seu próprio bairro. Após a realização dessas atividades,
foi feito uma mostra intitulada “Memórias do
Veloso”, com áudios, vídeos, para expor todo o trabalho
construído pelos moradores ao longo do projeto.
Para esse momento, propõe-se dar continuidade aos
encontros no bairro Padre Faria, validando a metodologia
já utilizada no projeto anterior, através de diálogos
e reflexões sobre memória, patrimônio e cidade,
objetivando promover o sentimento de pertencimento
e a consequente apropriação pelo sítio patrimonializado.
Dessa forma, após a realização de levantamentos
bibliográficos sobre o bairro Padre Faria e o reconhecimento
do local, foram convidados moradores s da
área estudada, entre eles alguns mais antigos, a fim
de se elaborar mapas afetivos (FOTO 01). Estes foram
realizados objetivando a identificação e a expressão,
por parte dos moradores, de locais significativos e memoráveis
para eles relacionados ao bairro. Apesar do
projeto se encontrar em fase inicial, percebe-se que há
uma grande contribuição tanto para a população local,
quanto para a comunidade acadêmica, visto que
é uma oportunidade bastante profícua na troca de experiências
e, consequentemente, aprendizados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
(considerações finais)
Figura 01: Oficina de mapas afetivos. Fonte: Débora Henriques, 2019.
O projeto está na sua segunda edição, sendo que na
primeira atuou no Bairro São Cristóvão alcançando
resultados satisfatórios, como: a produção de vídeo cartas,
minuto lumière e outras ações que despertaram em
crianças e jovens um olhar mais atencioso e inovador
e, consequentemente, de pertencimento do patrimônio
institucionalizado. Como já mencionado anteriormente,
o projeto desenvolvido no bairro Padre Faria está em
seu processo inicial, e como todo o projeto, apresenta
dificuldades, tal como a captação de público para o
desenvolvimento das ações. Porém, em parceria com a
Casa de Cultura do bairro e a Escola Estadual Horácio
Andrade, essa dificuldade vem sendo superada e, aos
poucos, o projeto segue em andamento.
Almeja-se que o trabalho contribua na visibilização
dos olhares das populações mais vulneráveis
da cidade em relação ao patrimônio, e estimule nas
populações marginalizadas o sentimento de pertencimento
ao patrimônio, ajudando-os a serem os
agentes transformadores do seu bairro e logo, diminuindo
as desigualdades sociais. Por fim, espera-se
que possamos contribuir para que isso seja alcançado
sempre respeitando, ouvindo e aprendendo com
os guardiões do nosso patrimônio. O IFMG Campus
Ouro Preto, por meio do Curso de Conservação e
Restauro, cumprirá seu papel frente à proteção do
patrimônio, ao articular os conteúdos ministrados
em sala de aula, com ações extensionistas que levarão
até as populações conceitos, informações e prática
preservacionista.
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