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Saberes da Extensão - ANAIS DO I SEMINÁRIO

EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019

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Acessibilidade em Instituições de ensino: avaliação do campus

Santa Luzia do IFMG e sensibilização da comunidade acadêmica

INTRODUÇÃO

A ação aqui apresentada trata-se de um projeto de

extensão sobre a acessibilidade ambiental no campus

Santa Luzia do IFMG, desenvolvido em 2018 (SOU-

ZA et al, 2018), como um dos desdobramentos de

um projeto de pesquisa realizado em 2017 (SOUZA;

MOREIRA; OLIVEIRA, 2017), e teve dois objetivos

principais. O primeiro objetivo foi a revisão do relatório

de acessibilidade do campus, não apenas em

seu conteúdo, mas em sua forma de apresentação da

informação. A diagramação e o formato de apresentação

dos dados foi amplamente discutido pela

equipe, de forma a chegar em um produto de fácil

entendimento a quem consultá-lo e também com

possibilidades de ser reproduzido em outros campi,

caso exista interesse. O segundo objetivo foi proporcionar

atividades de conscientização acerca do

tema da acessibilidade no campus, com a produção

e fixação de placas com frases e informações, e com

a proposição de oficinas de vivência e simulação de

mobilidades reduzidas e oficinas para melhoria da

sinalização no auditório.

A comunidade diretamente impactada foi a própria

comunidade interna do campus, visto que as

ações foram concentradas em atividades relativas a

esse espaço. No entanto, considerando as atividades

de conscientização e o aprendizado pelos estudantes

envolvidos, a comunidade impactada é ampliada

para todos aqueles que se beneficiarem a partir

dos trabalhos desenvolvidos por esses alunos, que

em curto prazo serão profissionais formados e que

poderão atuar nas áreas de arquitetura e urbanismo,

engenharia civil, design de interiores, técnico em

edificações e técnico em paisagismo.

As atividades propostas se articulam diretamente

com problemas e realidades que vão muito além do

campus e seu entorno, e que se repetem em abrangência

nacional e internacional, que é a falta de

acessibilidade e adequação dos espaços públicos e

de uso público. Esse problema afeta diretamente as

pessoas com deficiência e as pessoas com mobilidade

reduzida, que compõem um número cada vez

maior de pessoas, dado o aumento da longevidade

e da inserção social de pessoas com deficiências. A

solução para esse problema passa por conscientizar

os profissionais e a população que estão à frente da

construção desses espaços, mas também dos modos

de utilizá-los. Nesse sentido, as ações desenvolvidas

já geraram benefícios, mas carregam também grande

potencial, ao trazer a discussão da acessibilidade

para uma instituição de ensino que tem todos os seus

cursos relacionados à produção do espaço.

DESENVOLVIMENTO

(FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

E METODOLOGIA)

A acessibilidade é um direito constitucional, que

deve ser garantido pelo Estado, com a possível participação

de entidades não governamentais, através de

programas de assistência e políticas específicas, e que

atenda portadores de deficiências física, sensorial ou

mental. Essa característica é obtida através de ações

que facilitem o “acesso aos bens e serviços coletivos,

com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de

todas as formas de discriminação” (BRASIL, 1988,

Art. 227). Um espaço acessível, dentre outras definições,

é aquele que atende às regras postas pela NBR

9050, emitida pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas - ABNT. Essa norma trata da acessibilidade

a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos

(ABNT, 2015), uma norma de alcance nacional

e mencionada como referência em legislação (BRA-

SIL, 2000, dentre outras), tratada aqui como norma

para acessibilidade. As Portarias nº 3.284/2003

(BRASIL, 2003) e nº 732/2012 (BRASIL, 2012) indicam

a exigência da acessibilidade nos processos de

autorização e reconhecimento de cursos, o que levou

o IFMG a criar uma política interna sobre o assunto.

Conforme revisão bibliográfica realizada para a

pesquisa “Acessibilidade em instituições de ensino:

reflexão e avaliação da realidade local” (SOUZA;

MOREIRA; OLIVEIRA, 2017), já há certo consenso,

na legislação e na literatura sobre o assunto, que a

deficiências são características dos espaços, não das

pessoas. No decorrer da vida, os indivíduos podem

ter características que variam em sua permanência

(o que difere as pessoas com deficiência das pessoas

com mobilidade reduzida) e em sua previsibilidade

(diferença entre variações por envelhecimento ou

por acidentes, por exemplo). Enquanto as condições

de saúde e mobilidade das pessoas não são domináveis,

o projeto e a execução das características ambientais

o são, dependendo apenas de quem os executa.

Dessa forma, os espaços devem ser adequados

ao acesso por todos, e caso isso não seja possível, a

falha está no projeto e execução destes, não nas diferentes

conformações dos indivíduos.

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