Saberes da Extensão - ANAIS DO I SEMINÁRIO
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
EDIÇÃO I . NOVEMBRO 2019
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Avaliação da qualidade do cardápio oferecidos para
idosas residentes em uma instituição de longa permanência
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através do método AQPC foram avaliados três
meses de cardápios que demonstrou boa rotatividade
de alimentos, técnicas de cocção distintas, alto valor
nutricional por apresentar baixa presença de embutidos,
com mais de uma opção nas saladas favorecendo
o consumo de hortaliças pelas idosas, além de
conter na sobremesa uma opção de doce, que, muitas
vezes apresentavam valor calórico reduzido (diet) ou
sem açúcar, respeitando à presença de diabetes em
algumas idosas. Todos os dias, a refeição do almoço
era a mesma que a do jantar com acréscimo de
sopa de legumes com macarrão. Os lanches, como
café da manhã e da tarde, apresentavam um padrão
(café com leite, café puro, leite puro, pão francês e
pão doce com margarina e mingau). Vale ressaltar,
que as fichas dos cardápios apresentavam os procedimentos
a serem realizados no dia seguinte, o que
favoreceu o trabalho para a realização das refeições
no dia seguinte. Como também, atividades extras a
serem realizadas.
A segunda avaliação realizada analisou o resto ingestão
individual através da pesagem da quantidade
da refeição no prato de cada idosa antes do consumo
e depois pesou novamente as sobras do almoço durante
sete dias não consecutivos. Nestes foi possível
constatar que 30,8% (n=12) das idosas consumiam
dieta na forma pastosa, 53,8% (n=21) se alimentavam
sentadas a mesa e 10,3% (n=4) necessitavam de ajuda
para comer, a cuidadora normalmente obrigava a
comer tudo. Analisando os pratos de forma individual,
encontrou-se uma média de 47,61 ± 24,68 resto
ingestão por idosa. Na maior parte das sobras era
encontrado carne. Além disso, as idosas que se alimentavam
no refeitório para o almoço apresentaram
menor resto ingestão do que aquelas que não tinham
mobilidade para se locomoverem e se alimentavam
no andar onde ficavam os leitos.
Dessa forma, para tentar melhorar a aceitação dos
cardápios, tivemos a oportunidade de elaborar um
caderno de receitas contendo preparações que as idosas
guardavam na memória de tempos passados – ou
da infância ou da época em que moravam com seus
familiares. possibilitando resgatar os hábitos alimentares
e suas preferências em relação a preparações que
lhes eram familiares e que podiam contribuir para
melhorar a saúde mental e emocional dessas.
Fizemos entrevistas com as idosas que tinham sua
memória preservada, excluindo as que apresentavam
quadro de senilidade mais avançado. Essas idosas
entrevistadas foram selecionadas por uma funcionária
do local, pois segundo a funcionária, eram as que
apresentavam melhores condições físicas e cognitivas
para a entrevista. As receitas citadas no caderno
foram realizadas com as idosas da ILPI a fim de obter
uma maior integração, um momento de lazer e relembrar
o contato com os prazeres da vida que elas
tinham antes de adentrarem numa ILPI.
Concluimos que a experiência de podermos estar
mais em contato com as idosas, conhecermos suas
realidades, suas demandas e ter a oportunidade de
contribuirmos para melhorarmos sua qualidade de
vida nos engrandece como cidadãos, contribui para
melhorarmos nosso conhecimento e podermos relacionar
a teoria com a prática.
Após a avaliação resto ingestão, constatamos que
havia necessidade de treinar as cozinheiras e cuidadoras
a fim de reduzir e/ou minimizar os desperdícios
e sobras. As intervenções teriam como foco
explicar a importância do momento da refeição,
podendo melhorar a nutrição das idosas e também
diminuindo as perdas.
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