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Anuario de Derecho Constitucional Latinoamericano 2007

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594 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / <strong>2007</strong>seguida, mostraremos que, aplicando os dispositivos <strong>de</strong> vários tratados <strong>de</strong> direitoshumanos, é possível reverter o mal causado pela discriminação estética vigente.Desta forma, será <strong>de</strong>monstrado que a estética feminina divulgada pela mídia nãoé apenas uma simples exposição <strong>de</strong> corpos, mas uma imposição que tem conseqüênciasdiscriminatórias para as mulheres, dificultando sua vida social, trazendo problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e constituindo uma séria violação dos direitos humanos.2. Do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> beleza divulgado pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massaEstudo mundial patrocinado pela Unilever 1 apontou que 40% das mulheres nãose sente à vonta<strong>de</strong> para se <strong>de</strong>finirem como “bonitas”. Apenas 2% das mulheres se<strong>de</strong>finiu assim, enquanto 31% usou o termo “natural” e 29% preferiu o termo “mediana”.Essa mesma relação é válida para o grau <strong>de</strong> atração física, já que a avaliação daprópria beleza e da atrativida<strong>de</strong> física não foram entendidas pelas entrevistadas comoconceitos diferentes, mas interligados. O peso está acima do normal para 47% dasentrevistadas, mesmo que, tecnicamente, muitas <strong>de</strong>las não tenham sobrepeso. A afirmação“quando me sinto menos bonita, sinto-me pior em geral” teve 48% <strong>de</strong> concordância.Para 68%, a mídia divulga um padrão <strong>de</strong> beleza que as mulheres nunca po<strong>de</strong>rãoalcançar, e 47% enten<strong>de</strong>m que “somente as mulheres mais atraentes fisicamentesão retratadas na cultura popular”. A afirmação <strong>de</strong> que “mulheres bonitas têmmaiores oportunida<strong>de</strong>s na vida” obteve a concordância plena <strong>de</strong> 45% das entrevistadas.De todos os países pesquisados, as mulheres brasileiras são as que mais consi<strong>de</strong>rarama hipótese <strong>de</strong> cirurgia plástica (mais <strong>de</strong> 50%), sendo que 7% já se submeterama ela, constituindo o índice mais alto <strong>de</strong>ntre todos os países. Por sua vez, 76% dasentrevistadas gostaria que a beleza feminina fosse retratada na mídia como algo maisque atrativida<strong>de</strong> física, e 75% gostaria <strong>de</strong> ver outros tipos <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> física namídia, com variações <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, forma e tamanho.Porém, esse anseio por diversida<strong>de</strong> física na mídia não é atendido. Além dopadrão das mo<strong>de</strong>los altas e magras, sempre erotizadas, há ainda a pressão para quesigam os padrões secundários e onipresentes na mídia: <strong>de</strong>vem ser jovens, brancas,com cabelos lisos e traços europeus.Desta forma, a imposição por um padrão estético totalmente incompatível com ocorpo da maior parte das mulheres do mundo também tem por efeito <strong>de</strong>struir a imageme a auto-estima feminina. Ao não serem atendidas quando gostariam <strong>de</strong> ver osdiferentes tipos <strong>de</strong> corpos existentes no mundo, está também tendo reforçada suainsatisfação e ina<strong>de</strong>quação social. Para revertê-la, sentem-se na obrigação <strong>de</strong> seadaptarem ao padrão <strong>de</strong> beleza imposto, <strong>de</strong> forma a serem aceitas socialmente.1Nancy Etcoff et. al. A verda<strong>de</strong> sobre a beleza: um relatório global. Descobertas <strong>de</strong> um estudoglobal sobre mulheres, beleza e bem-estar. set. 2004. 35p. Disponível na Internet em: Acesso em 18mar 2005.

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