Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
13<br />
In t r o d u ç ã o<br />
McKinlay se <strong>de</strong>bruçam aturadamente nas obras citadas,<br />
encontramos justificação plena para o minucioso<br />
estudo que o humanista português Aires Barbosa, quase<br />
mil anos <strong>de</strong>pois da apresentação do poema, <strong>de</strong>dicou à<br />
<strong>História</strong> apostólica. Em Salamanca, no ano <strong>de</strong> 1516, o<br />
aveirense fez vir a lume, numa obra <strong>de</strong> cento e cinquenta<br />
e um fólios, um comentário <strong>de</strong>talhado acerca do poema<br />
do vate cristão, acompanhado do texto original, e que<br />
o eminente latinista Walter <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>fine nestes<br />
termos:<br />
Com meticulosida<strong>de</strong> extrema, o humanista comenta,<br />
quase palavra a palavra, os 2.325 hexâmetros da <strong>História</strong><br />
apostólica; e as digressões que se permite ainda mais<br />
avolumam as proporções da obra. Embora o gosto da época<br />
se satisfizesse com este emaranhado <strong>de</strong> questões gramaticais,<br />
arqueológicas, históricas, jurídicas, filosóficas e teológicas,<br />
já então houve quem achasse o Mestre Grego <strong>de</strong> excessiva<br />
prolixida<strong>de</strong>. Mas ele foi respon<strong>de</strong>ndo que só os néscios se<br />
queixam da abundância: o seu comentário <strong>de</strong>stinava-se a<br />
estudantes e a eruditos – e uns e outros achariam nele o que<br />
buscassem 11 .<br />
Trata-se, efectivamente, do primeiro e, tanto<br />
quanto julgamos, do mais completo estudo acerca da<br />
<strong>História</strong> apostólica, na medida em que abarca toda a<br />
obra. Não obstante, o comentário barbosiano não tem<br />
granjeado a atenção merecida, já que só marginalmente<br />
os estudiosos <strong>de</strong> <strong>Arátor</strong> lhe fazem curtas referências 12 .<br />
11 Vd. Me<strong>de</strong>iros 1953 71.<br />
12 Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> causar estranheza que, numa obra <strong>de</strong> três