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Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra

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1160<br />

1165<br />

<strong>Arátor</strong><br />

[Secção XVIII]<br />

[Passo em que, na ilha <strong>de</strong> Malta, quando S. Paulo<br />

juntava vi<strong>de</strong>s para a fogueira, uma víbora se lhe agarrou à mão;<br />

aquele a quem os bárbaros consi<strong>de</strong>ravam homicida e julgavam<br />

moribundo atirou a víbora para a fogueira; os que tinham<br />

pensado que morreria mal aparecesse o tumor <strong>de</strong> tal forma se<br />

maravilharam por estar ileso que o chamavam Deus.]<br />

Para repelir o frio que crescia das chuvas, Paulo juntara<br />

sarmentos para a fogueira. Eis que uma víbora, envergando as armas<br />

do Demónio e indo ao encontro das chamas ascen<strong>de</strong>ntes, se lhe cravou<br />

na mão com a antiga ferocida<strong>de</strong> e, junto ao fogo, lhe causou<br />

[uma ferida<br />

com seu gélido veneno. Porque <strong>de</strong>sejas ainda, malvada e criminosa<br />

serpente, <strong>de</strong>sviar [os homens] para longe do Senhor e, na<br />

[novida<strong>de</strong> da lei,<br />

preparas velhas rapinas? Por que razão, ó amante da morte,<br />

<strong>de</strong> quem tu és a própria mãe, renovas teus combates contra os redimidos?<br />

Vens como predadora, mas ficas aí como presa e, ministrando daí<br />

a morte, és <strong>de</strong>struída, ó enganadora, pelos ramos <strong>de</strong> outra árvore,<br />

e, após a cruz <strong>de</strong> Cristo, uma porção <strong>de</strong> lenho significa para ti a morte 95 .<br />

Não muito longe dali, possuidores <strong>de</strong> um coração agreste,<br />

estavam os filhos <strong>de</strong> um povo bárbaro, que, num terrível murmúrio,<br />

vociferaram em uníssono: “Este aqui é sem dúvida culpado<br />

95 Des<strong>de</strong> o início da secção (v. 1156), <strong>Arátor</strong> estabelece o<br />

paralelo entre a serpente genesíaca que enganou Eva e a serpente<br />

que atentou, em Malta, contra a vida do Apóstolo. O poeta assinala,<br />

porém, uma diferença fundamental: enquanto a primeira serpente,<br />

usando como pretexto a árvore (Gn. 3.1-5), saiu vencedora e trouxe<br />

consigo a morte espiritual, agora a mesma serpente é duplamente<br />

<strong>de</strong>struída pelos “ramos <strong>de</strong> uma outra árvore”, a saber, pelas vi<strong>de</strong>s<br />

com que Paulo a queimou no fogo e pelo lenho da cruz <strong>de</strong> Cristo.<br />

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