Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Henrique Manso<br />
As últimas notícias <strong>de</strong> <strong>Arátor</strong> surgem no<br />
prefácio <strong>de</strong> um manuscrito (Vatican., Pal. Lat. 1716<br />
[SX], fl. 1) que <strong>de</strong>screve minuciosamente como a<br />
<strong>História</strong> apostólica foi recebida, apreciada e recitada<br />
em Roma 45 . A 6 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 544, <strong>Arátor</strong> apresentou<br />
a sua obra na basílica <strong>de</strong> S. Pedro ao Sumo Pontífice,<br />
estando presentes os mais altos dignitários da Igreja.<br />
O manuscrito foi guardado no escrínio da igreja,<br />
por iniciativa <strong>de</strong> Surgêncio, o prefeito do arquivo<br />
pontifício. No entanto, foi <strong>de</strong> imediato solicitado<br />
que fosse feita uma leitura pública do poema, tal era<br />
o seu interesse. A récita pública da obra pelo próprio<br />
autor, com um vasto auditório <strong>de</strong> clérigos e laicos,<br />
viria a ter lugar na Igreja <strong>de</strong> S. Pedro ad Vincula, em<br />
quatro sessões, entre Abril (13 e 17) e Maio (8 e 30)<br />
<strong>de</strong>sse ano. Houve, pois, como sublinha Deproost,<br />
duas cerimónias bem distintas: a primeira <strong>de</strong>stinouse<br />
a apresentar o manuscrito a um auditório selecto,<br />
com o papa incluído, que apreciou o poema e propôs<br />
a recitação pública do mesmo; a segunda <strong>de</strong>stinou-se a<br />
apresentar publicamente a <strong>História</strong> apostólica ao povo<br />
romano, que a aplaudiu com entusiasmo 46 .<br />
É aqui que terminam as notícias acerca do poeta<br />
<strong>de</strong> quem, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 544, nada sabemos. Terá morrido<br />
por volta <strong>de</strong> 550, ou então <strong>de</strong> 560, como sustentam<br />
45 O documento é registado por McKinlay (1951 XXVIII).<br />
Também Aires Barbosa refere parcialmente tal testemunho,<br />
apoiando-se nas informações <strong>de</strong> Aldo Manúcio (vd. Barbosa 1516<br />
fl. iii vº, l. 50-56). Châtillon analisa com extrema minúcia todo o<br />
documento (1963 70-128).<br />
46 Cf. Deproost 1990 32-33.<br />
24