Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
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<strong>História</strong> ap o s t ó l i c a, li v ro se g u n d o<br />
<strong>de</strong> um crime <strong>de</strong> sangue, já não está seguro em margens algumas,<br />
contra ele se enfurecem o mar e a terra.” Discutem assuntos humanos<br />
e comprovam factos divinos. Com efeito, a besta suspensa no <strong>de</strong>do,<br />
arremessada para o fogo, ali se agita; é, com justiça, <strong>de</strong>volvida às chamas<br />
que ela própria tinha antes ateado, ao <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o fogo do pecado<br />
a partir do qual se inflama a Geena. Aquecido, o gelo do seu veneno<br />
<strong>de</strong>rrete-se em cinzas, e a soberba da gélida pestilência<br />
perece no calor; esse fogo e os lestos fumos ganham<br />
inusitadas forças e levam consigo o seu ressequido<br />
alimento. Mas tu, ó fé, fazes agora cozer a serpente,<br />
usando o teu fogo; a ti se submete o frio inimigo<br />
e, ao acen<strong>de</strong>r sucessivas fogueiras, ele mesmo ar<strong>de</strong><br />
no seu viperino gelo fumegante. Diziam que [Paulo] sucumbiria<br />
mal chegasse o tumor. Quanto discorre pela vacuida<strong>de</strong><br />
a mente <strong>de</strong>sconhecedora do bem! Já do corpo <strong>de</strong> Paulo se ausentara<br />
o veneno, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em que <strong>de</strong>le saiu o terror escamoso<br />
que a antiga serpente lhe incutia 96 ; purificado no rio<br />
etéreo e amarrando o seu corpo à cruz <strong>de</strong> Cristo,<br />
não po<strong>de</strong> a serpente matá-lo; <strong>de</strong>vora o veneno essa chama<br />
cujo po<strong>de</strong>r buscou nas águas sagradas; queimado por elas, vai fumegando<br />
quem se lamenta que os velhos colonos regressem à sua pátria.<br />
Maravilhados por assim se manter tanto tempo ileso, dizem<br />
os jovens que ele é um <strong>de</strong>us. Apren<strong>de</strong>, por fim, ru<strong>de</strong> indígena,<br />
com que po<strong>de</strong>r reina nos Céus quem conce<strong>de</strong> maravilhas tamanhas<br />
ao ponto <strong>de</strong> julgares serem isso os seus servos! Urge agora<br />
melhor elucidar o motivo da figura presente no dom do notável feito:<br />
a serpente, origem da morte – pois a morte nascida da mor<strong>de</strong>dura<br />
96 Aquando da sua conversão a caminho <strong>de</strong> Damasco, Paulo<br />
per<strong>de</strong>u a visão (Act. 9.8), que só recuperaria após a bênção <strong>de</strong><br />
Ananias, quando lhe caíram dos olhos uma espécie <strong>de</strong> escamas (Act.<br />
9.18), recebendo logo <strong>de</strong>pois o baptismo.<br />
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