Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
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<strong>História</strong> ap o s t ó l i c a, li v ro se g u n d o<br />
[Secção VI]<br />
[Passo em que S. Paulo foi impedido pelo Espírito Santo<br />
<strong>de</strong> pregar na Ásia. Aquele, atravessando também a Mísia, chegou<br />
à Macedónia, pois numa visão avistara um macedónio em pé, a<br />
pedir-lhe que se dignasse antes dirigir-se para a Macedónia.]<br />
Entretanto, Paulo, incapaz <strong>de</strong> se dar ao <strong>de</strong>scanso pelas<br />
[preocupações,<br />
ensina pelo mundo e com as enxadas da palavra vai cavando<br />
todos os campos e obriga a seara da fé a amarelecer,<br />
<strong>de</strong>rretendo a geada dos erros. O Espírito Criador<br />
proíbe-o <strong>de</strong> oferecer isto à Ásia, e nem a Mísia, <strong>de</strong> terras férteis,<br />
pô<strong>de</strong>, nessa altura, receber as sementes <strong>de</strong>sta salvação;<br />
estéril, apesar do solo fecundo. É que um homem macedónio,<br />
visto em sonhos, disse isto: “Tem pieda<strong>de</strong>, imploramos-te!<br />
Consi<strong>de</strong>ra merecedora a costa da Ilíria!” Oh, quanto provi<strong>de</strong>ncia<br />
a graça inesperada! Os que têm já uma hora marcada<br />
são inflamados pelo amor imprevisto. Assim, afastada a noite,<br />
o grandiloquente altera o percurso, a Macedónia esfomeada<br />
alimenta-se com o fruto da palavra e, graças aos dons<br />
do sono, mereceu compreen<strong>de</strong>r o idioma da salvação.<br />
Uma dúvida frequente ecoa: se, pleno <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong> abundante,<br />
o Omnipotente proclama “Eu não vim para <strong>de</strong>struir o mundo,<br />
mas antes para o salvar” 24 , que motivo <strong>de</strong>termina que isto seja<br />
[a uns negado<br />
e a outros concedido, pois a abundante misericórdia<br />
<strong>de</strong> Jesus a todos <strong>de</strong>seja prestar auxílio por igual?<br />
Nesta questão, dispomos <strong>de</strong> uma enorme abundância <strong>de</strong> exemplos,<br />
e a sua leitura dá-nos o ensinamento <strong>de</strong> uma figura complexa,<br />
24 Cf. Lc. 9.56.<br />
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