Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
Arátor. História Apostólica - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
69<br />
<strong>História</strong> ap o s t ó l i c a, li v ro se g u n d o<br />
se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ram; e, como o carcereiro se quisesse matar, ele<br />
impediu-o, tendo-o <strong>de</strong>pois baptizado com todos os seus.]<br />
Quando o caminho do mestre percorria as famosas<br />
muralhas <strong>de</strong> Filipos, em terras da Macedónia, uma jovem enfurecida<br />
sob o estímulo <strong>de</strong> Píton disse: “Sabei que Paulo é servo<br />
do Deus Eterno.” Uma profissão verda<strong>de</strong>ira faz-se ouvir<br />
<strong>de</strong> uma testemunha mentirosa, e o seu pérfido autor<br />
teve palavra fi<strong>de</strong>digna; mas não se po<strong>de</strong> receber como honra<br />
aquilo que o medo obriga a proferir, nem o temor, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> amor,<br />
persevera no espírito. Lamentando Paulo que os corações estivessem<br />
oprimidos pelo negro <strong>de</strong>mónio e não po<strong>de</strong>ndo consentir ao profano<br />
abrir caminhos divinos, disse: “Desaparece e livra-te <strong>de</strong> tentares<br />
estas coisas por mais tempo!” Sem retardar o cumprimento da or<strong>de</strong>m,<br />
vai-se embora o inimigo, e o maléfico possuidor <strong>de</strong>ixa a casa<br />
vazia, e a mulher, curada do perigo que se pôs em fuga,<br />
calou-se com o louvor ao homem. Ela, que acabou o que começara<br />
e em silêncio melhor ensinou que dizia a verda<strong>de</strong> 33 , tirava proveito<br />
dos presentes da multidão para os seus senhores que, possuídos<br />
[pela sombria<br />
loucura <strong>de</strong> que ela se libertara, gritam aos ouvidos do povo insolente<br />
e tumultuoso que era pregada uma religião contrária<br />
à religião romana, que novos rituais corriam mundo<br />
e que os velhos <strong>de</strong>uses haviam caído. Então, a multidão <strong>de</strong> imediato<br />
se aglomerou junto ao cárcere, flagelou com incontáveis<br />
vergastadas o corpo <strong>de</strong> Paulo, encarcerou-o com o companheiro<br />
Silas em recônditos lugares, e pren<strong>de</strong>ram os pés<br />
<strong>de</strong> ambos, enfiados em ma<strong>de</strong>ira oca, com ditosas correntes.<br />
Oh, que lugar feliz pela <strong>de</strong>sgraça! Para ele resplan<strong>de</strong>ciam<br />
33 Isto é, que “Paulo era servo <strong>de</strong> Deus”.<br />
385<br />
390<br />
395<br />
400<br />
405