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Cartas Do Brasil - Brasiliana USP

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CARTA DO BRASIL (1556)<br />

tos se pudessem manter na casa. E entendendo-se nisso, chegou o<br />

padre Luiz da Grã e os mais Padres e Irmãos, que com elle vieram<br />

(46), com a vinda dos quaes soubemos, como se a Companhia<br />

(46) Chegou a Bahia em 1553, na armada de D. Duarte da Costa, trazendo<br />

em sua companhia, segundo Anchieta (Inform. ão Brás., 1584, nos<br />

Hat. e Ach., I, pg. 14), o padre Braz Lourenço e os irmãos João Gonçalves,<br />

Antônio Blasques, Gregorio Serrão e Joseph de Anchieta, e segundo Vasconcellos<br />

(Chron., 1. I, n. 134) e Franco (Synopsis ann. Soe. Jesu, 1726), mais<br />

0 padre Ambrosio Pires.<br />

Fr. Vicente do Salvador (Hist. ão Brás., 1. 3 o , e. 3 o ), que diz que a ar*<br />

mada partiu de Lisboa a 8 de Maio, dá além do padre Grã, mais dous Padres<br />

sacerdotes e quatro Irmãos da Companhia, cujos nomes não declara, a não ser<br />

o de Anchieta.<br />

O próprio padre Ambrosio Pires, em carta da Bahia de 15 de Junho de<br />

1555 (vol. I dos Diversi avisi) diz: "<strong>Do</strong>is annos ha que viemos para estas<br />

terras do <strong>Brasil</strong>", e ainda acerescenta: "Como eu chegasse, mandaram-me logo<br />

para este logar que chamam Porto Seguro e commigo veiu o nosso irmão Antônio<br />

Blasques."<br />

Entretanto, Anchieta é muito explicito, dá a vinda de seis Padres na armada<br />

de D. Duarte, omitte o nome de Ambrosio Pires, e acerescenta que, excepto<br />

o padre João Gonçalves, todos cinco ainda viviam (1584). Nas suas<br />

<strong>Cartas</strong> quaãr. ãe Maio a Setembro de 1554 todavia allude ao padre Ambrosio<br />

Pires, como residindo em Porto Seguro com o irmão Blasques (Ann. ãa Bibl.<br />

Nac., I, pg. 61, onde em vez de "Antônio Pires", que ahi se lê, corrija-se<br />

"Ambrosio" como está no msc. que serviu para a publicação).<br />

Ambrosio Pires voltou ao Reino em companhia de D. Duarte da Costa,<br />

como se sabe pelo testemunho do padre Antônio Pires, na carta da Bahia de<br />

19 de Junho de 1558.<br />

Quando, porém, foi D. Duarte, em 1557 ou em 1558? E' o que agora parece<br />

ficar apurado; ainda que pareça pouco provável que elle voltasse em<br />

1558, demorando-se tanto tempo depois da vinda de Men de Sá, que foi pouco<br />

depois de 14 de Agosto de 1557, o que entretanto é exacto.<br />

Nobrega (pg. 170), quando allude a demora da armada de Men de Sá,<br />

diz: "Si N. S. trouxer a armada, que cada hora esperamos e ella se tornar<br />

este anno..." D 'aqui se vê que não havia certeza da armada voltar no mesmo<br />

anno de 1557.<br />

Na Quaãr. ãe Janeiro até Abril de 1557 diz Nobrega: "O Padre Ambrosio<br />

Pires fez muito fructo esta quaresma, com suas pregações." E' prova que<br />

na quaresma de 1557 o padre Ambrosio estava na Bahia.<br />

Blasques na carta do ultimo de Abril de 1558 (Bev. ão Inst., XLIX, p.<br />

I a , pg. 29) escreve: "Esta quaresma (de 1558) não houve aqui sermão na<br />

cidade, porque nesta casa o padre Ambrosio e o padre Nobrega estiveram sempre<br />

doentes"; e logo adeante: "E havia nisto muitas particularidades que dizer,<br />

mas bastará o que o padre Ambrosio d'isso poderá contar, pois vai lá"<br />

Ora, si Ambrosio Pires se achava na Bahia na quaresma de 1558 e como<br />

elle foi com D. Duarte, segundo está provado, é certo que o ex-Governador<br />

voltou em 1558, provavelmente pouco depois do ultimo de Abril, por todo o<br />

mez de Maio. E pelo dizer de Blasques referindo-se a Ambrosio Pires — "pois<br />

vai lá" — é também certo que este foi o próprio portador da carta, que diz<br />

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