Cartas Do Brasil - Brasiliana USP
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PREFACIO<br />
recebidas, que se diz ser no de 1552. Ahi a ultima carta é de 24<br />
de Agosto de 1551. Talvez que em Innocencio a data não esteja<br />
exacta, nem em Carayon, que o seguiu, pois não parece ter visto<br />
o opusculo. As alludidas cartas que se acham na edição de Veneza<br />
sahiram antes em Roma em 1552 na collecção Avisi particolari.<br />
V. Leclerc, Bibl. Americana, 1867, n° 93.<br />
Alguns períodos das cartas de Nobrega não são bem claros: ás<br />
vezes a questão de pontuação faz também mudar muito o sentido<br />
da phrase. Em algumas além disto notam-se evidentes cortes de<br />
períodos, que ou desfiguram o sentido ou tornam obscuros os que<br />
se lhes seguem. Disse-nos o Sfir. Lino d'Assumpção, de prtsente<br />
entre nós, que encontrou indicações que em Portugal as cartas<br />
dos Jesuitas eram lidas nas horas do refeitório e supprimiam-se os<br />
trechos que não pareciam edificantes. Provavelmente estes cortes<br />
na leitura publica passavam também para os livros de registo. Os<br />
traductores italianos também faziam suppressões, como se vê no<br />
Catalogo dos Manuscriptos da Bibliotheca Nacional, vol. I, pagina<br />
37.<br />
Annotei as presentes cartas tanto quanto me foi possivel fazel-o;<br />
uns factos ficaram mais ou menos assentados, outros devem<br />
ser estudados de novo até a sua completa elucidação. Si tivessemos<br />
todas as cartas dos Jesuitas do XVI século, de certo ahi encontraríamos<br />
elementos para a solução das duvidas que a cada<br />
passo se affloram á tela da discussão. Por isso ás vezes soccorrime<br />
de conjecturas fundadas nas próprias cartas dos Padres que<br />
possuimos e em outros documentos contemporâneos que pude consultar.<br />
Como tenho porém de dar um dos volumes de <strong>Cartas</strong> avulsas<br />
de Jesuitas, deixei de tratar por ora de outras questões: dos<br />
primeiros Padres que vieram missionar no <strong>Brasil</strong> antes dos Jesuitas,<br />
"dous Frades Castelhanos" que converteram Carijós além de<br />
S. Vicente (pp. 82 e 98), "alguns Padres Hespanhoes" em Porto<br />
Seguro (pg. 106), "certos Padres que mandou D. Manuel" (pg.<br />
107), "dous Padres de Santo Antônio", Italianos, em Porto Seguro<br />
(pg. 108); de Diogo Alvares, o Caramurú (pp. 73, 104, 143), o<br />
celebre povoador da Bahia; de João Ramalho (pg. 145), que não<br />
parece ser o Bacharel de Cananéa, apesar da erudita memória de<br />
Cândido Mendes, que tanto discutiu o assumpto; do bispo D. Pedro<br />
Fernandes Sardinha (pg. 200); de Garcia d-'A vila (pp. 210<br />
e 214), o fundador da famosa casa da Torre da Bahia.<br />
Quanto á biographia de Nobrega, nada temos que seja tão interessante<br />
como a sua Vida escripta pelo Padre Antônio Franco.<br />
E como o livro deste publicado em 1719 é muito raro, podendo-se<br />
mesmo considerar quasi inédito, pelo menos no <strong>Brasil</strong>, a reprodu-<br />
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