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35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, são igualmente numerosas as evidências empíricas<br />

e científicas <strong>de</strong> que o número <strong>de</strong> indivíduos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente<br />

crianças e jovens, que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> praticar a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sportiva que haviam escolhi<strong>do</strong> praticar, algumas <strong>da</strong>s vezes<br />

pouco tempo antes, é igualmente significativo, o que naturalmente<br />

não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> constituir-se como uma preocupação<br />

para to<strong>do</strong>s os que têm responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s neste <strong>do</strong>mínio.<br />

Da análise <strong>do</strong>s escassos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s até ao momento<br />

sobre o fenómeno <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva juvenil,<br />

parece resultar <strong>de</strong> forma clara - e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> conseguirmos<br />

ou não quantificar com absoluto rigor quantos são os<br />

que efectivamente <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m aban<strong>do</strong>nar a prática <strong>de</strong>sportiva -<br />

que, paralelamente ao eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> crianças e jovens que<br />

<strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m iniciar a prática <strong>de</strong> uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva, são<br />

igualmente muitos os que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m cessar essa activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com<br />

os naturais prejuízos <strong>da</strong>í <strong>de</strong>correntes.<br />

Conforme referimos anteriormente, são relativamente escassos,<br />

mesmo no plano internacional, os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s até ao<br />

momento sobre o fenómeno <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva<br />

juvenil, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s quais, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> uma abor<strong>da</strong>gem<br />

eminentemente <strong>de</strong>scritiva, circunscreveu os seus objectivos à<br />

tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s razões aponta<strong>da</strong>s pelos jovens<br />

para aban<strong>do</strong>narem a prática <strong>de</strong>sportiva.<br />

Da análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s, e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> existência <strong>de</strong> uma certa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas razões i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />

em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les - em alguns <strong>do</strong>s casos naturalmente relaciona<strong>da</strong><br />

com as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s contextos nos quais eles foram realiza<strong>do</strong>s<br />

- é possível verificar que algumas <strong>de</strong>las como, por exemplo,<br />

o ‘conflito <strong>de</strong> interesses’, a ‘falta <strong>de</strong> prazer’ a ‘percepção <strong>de</strong> (in)competência’,<br />

a ‘excessiva ênfase na competição’, ou as ‘lesões’, parecem<br />

<strong>de</strong>stacar-se <strong>da</strong>s restantes no mo<strong>do</strong> como exercem influência na<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>do</strong>s jovens em aban<strong>do</strong>nar a prática <strong>de</strong>sportiva.<br />

A questão, porém, é que esta informação se reporta ao que normalmente<br />

se <strong>de</strong>signa por razões <strong>de</strong> superfície e, nessa medi<strong>da</strong>,<br />

não nos permite adquirir um conhecimento profun<strong>do</strong> sobre o<br />

fenómeno. Por exemplo, embora seja frequente os jovens referirem<br />

que aban<strong>do</strong>naram a prática <strong>de</strong>sportiva <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à excessiva<br />

ênfase percebi<strong>da</strong> nos aspectos competitivos, tal informação não<br />

nos esclarece acerca <strong>da</strong> origem <strong>de</strong>ssa pressão, e esse é um <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

central se queremos procurar controlá-la, ou mesmo eliminá-la.<br />

Aliás, esta mesma questão se levanta relativamente às razões<br />

que as crianças e os jovens normalmente apresentam como<br />

estan<strong>do</strong> na base <strong>da</strong> sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> praticarem <strong>de</strong>sporto, e <strong>de</strong><br />

entre as quais se <strong>de</strong>stacam, por exemplo, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e/ou a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> ‘competência’, a ‘afiliação’, o<br />

‘divertimento’ e a ‘forma física’. Ou seja, também esta informação,<br />

apesar <strong>de</strong> se revestir <strong>de</strong> alguma utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, é manifestamente<br />

insuficiente se queremos conhecer <strong>de</strong> forma mais ampla e profun<strong>da</strong><br />

o que está realmente subjacente à sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> participar<br />

em activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>sportiva.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, para que seja possível passar <strong>de</strong> um enfoque<br />

essencialmente <strong>de</strong>scritivo - cuja vali<strong>da</strong><strong>de</strong> é manifestamente<br />

reduzi<strong>da</strong> caso preten<strong>da</strong>mos, como é o caso, perceber e controlar<br />

o que envolve a <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong>s crianças e <strong>do</strong>s jovens em realizar,<br />

ou não, uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva <strong>de</strong> forma regular e sistemática<br />

- para um interpretativo e explicativo - anterior mas<br />

necessário para ace<strong>de</strong>r a um plano preditivo e interventivo -<br />

importa recorrer a mo<strong>de</strong>los teóricos que possam fornecer ‘alguma<br />

luz’ sobre a problemática em análise.<br />

Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, investigar apenas as razões que os jovens referem<br />

como ten<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> na origem <strong>da</strong> sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> iniciar, manter<br />

ou aban<strong>do</strong>nar a prática <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s-<br />

portiva é, não só redutor, como também superficial; essa informação<br />

reveste-se naturalmente <strong>de</strong> algum interesse, mas, para<br />

que a sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong> seja maximiza<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve ser complementa<strong>da</strong><br />

pela recolha e análise <strong>de</strong> outro tipo <strong>de</strong> informação, como seja a<br />

que se relaciona, por exemplo, com os factores e processos que<br />

promovem ou impe<strong>de</strong>m essa mesma prática.<br />

Logo, é ca<strong>da</strong> vez mais evi<strong>de</strong>nte e premente a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver investigação basea<strong>da</strong> em enquadramentos conceptuais<br />

robustos e reconheci<strong>da</strong>mente úteis e não apenas realizar<br />

investigação <strong>de</strong> natureza exploratória e ateórica, como é a que<br />

se reporta à simples recolha <strong>da</strong>s razões que os jovens apontam<br />

para terem <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> iniciar, continuar ou aban<strong>do</strong>nar a prática<br />

<strong>de</strong>sportiva.<br />

E, nesse contexto, <strong>de</strong>staca-se, <strong>de</strong> forma ca<strong>da</strong> vez mais níti<strong>da</strong>, a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber, em rigor e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o papel que<br />

os adultos <strong>de</strong>sempenham - consciente ou inconscientemente,<br />

voluntária ou involuntariamente - neste processo, objectivo<br />

fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>sta comunicação.<br />

afonseca@fc<strong>de</strong>f.up.pt<br />

THE ROLE OF PARENTS IN INFLUENCING PSYCHOLOGICAL<br />

AND EMOTIONAL OUTCOMES FOR CHILDREN IN SPORT.<br />

Brustad, Robert<br />

University of Northern Colora<strong>do</strong>, USA.<br />

This presentation will focus on the effects of parents in shaping<br />

the psychological and emotional dimensions of children’s<br />

sport involvement. Specifically, the presentation will highlight<br />

the role of parents in affecting children’s motivational and goal<br />

orientations, perceived physical competence and perceived control,<br />

<strong>de</strong>sire to maintain or discontinue involvement in sport,<br />

and their levels of enjoyment and anxiety within the sport context.<br />

The presentation will examine the suitability of current<br />

theories of socialization, such as Eccles’ expectancy-value<br />

theory and Harter’s competence motivation theory for the<br />

un<strong>de</strong>rstanding of psychological and emotional outcomes for<br />

children in sport. Similarities and differences in types of<br />

parental influence will also be examined in relation to other<br />

achievement <strong>do</strong>mains, such as aca<strong>de</strong>mics. In addition, <strong>de</strong>velopmental<br />

consi<strong>de</strong>rations that can mediate parental influence will<br />

be addressed. The presentation intends to provi<strong>de</strong> a current,<br />

broad overview of parental socialization research in sport.<br />

Bob.Brustad@unco.edu<br />

GRUPOS DE INTERESSE<br />

A IMPORTÂNCIA DO TÉCNICO NA FORMAÇÃO DO JOVEM<br />

ESPORTISTA.<br />

De Rose Junior, Dante<br />

Escola <strong>de</strong> Educação Física e Esporte, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Brasil<br />

Introdução<br />

O esporte vem ocupan<strong>do</strong> um espaço ca<strong>da</strong> vez maior na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

pessoas, especialmente <strong>de</strong> crianças e jovens. A influência <strong>do</strong>s<br />

eventos esportivos, divulga<strong>do</strong>s com gran<strong>de</strong> frequência pelos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação, alia<strong>do</strong> a outros fatores como a i<strong>de</strong>ntifi-<br />

<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102] 53

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