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35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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ficamente, à educação física, <strong>de</strong>vem evocar iniciativas intencionais<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a mobilizar um número ca<strong>da</strong> vez maior <strong>de</strong> indivíduos,<br />

<strong>de</strong> diferentes i<strong>da</strong><strong>de</strong>s, estatuto sócio-econômico e nível<br />

educacional, para um estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ativo e saudável. Devem-se<br />

evocar os conceitos como fatores <strong>de</strong> risco, modificação <strong>de</strong> comportamento,<br />

motivação, experiência <strong>de</strong> exercício e aptidão física.<br />

A escola é por natureza um <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> intervenção transdisciplinar.<br />

Espaço on<strong>de</strong> se entrecruzam <strong>de</strong>terminantes educacionais,<br />

culturais, biológicas e comportamentais.<br />

Mas, qual tem si<strong>do</strong> o papel <strong>da</strong> escola em geral e <strong>da</strong> educação<br />

física, em especial, neste complexo temático? Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s sugerem<br />

reais preocupações. Em to<strong>da</strong>s as variáveis investiga<strong>da</strong>s a<br />

ocorrência <strong>de</strong> escolares que apenas freqüentam as aulas <strong>de</strong> educação<br />

física e que estão abaixo <strong>da</strong> ZSApF superou 1/4 <strong>da</strong> população.<br />

Evi<strong>de</strong>ncia-se a hipótese principal <strong>de</strong>ste ensaio: O corpo<br />

vivi<strong>do</strong>; o corpo que necessita <strong>de</strong> competências para <strong>da</strong>nçar,<br />

fazer esporte, jogar; o corpo que necessita <strong>de</strong> aptidão física para<br />

proteger-se <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> se<strong>de</strong>ntarismo; o corpo que habita o<br />

mun<strong>do</strong> real, enfim, o corpo concreto está ausente na escola.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, é importante salientar que não satisfaz às exigências<br />

<strong>da</strong> aptidão física relaciona<strong>da</strong> à saú<strong>de</strong> para crianças, a<strong>do</strong>lescentes<br />

e jovens, apenas proporcionar o aumento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

físicas habituais. Não <strong>de</strong>vemos cair na tentação <strong>de</strong> substituirmos<br />

nossas aulas <strong>de</strong> educação física por simples sessões <strong>de</strong> jogos<br />

recreativos. A prática <strong>de</strong> exercícios físicos exige planejamento<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Se buscamos objetivos na promoção <strong>da</strong> aptidão física<br />

relaciona<strong>da</strong> à saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>finição bem planeja<strong>da</strong> <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

<strong>do</strong> volume, <strong>da</strong> frequência, <strong>da</strong> duração, <strong>do</strong>s intervalos e <strong>do</strong>s estímulos<br />

são os fatores <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> uma prática <strong>de</strong> sucesso.<br />

Assim mostram os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> comparação entre escolares que<br />

apenas praticam as aulas <strong>de</strong> educação física e aqueles que participam<br />

em programas <strong>de</strong> treino esportivo formal.<br />

É preciso recuperar a educação física <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. É preciso<br />

reinventar as aulas com objetivos, metas, estratégias e procedimentos<br />

<strong>de</strong> avaliação bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. É preciso que a educação<br />

física se torne uma disciplina <strong>de</strong> formação e não apenas configure-se<br />

como um momento <strong>de</strong> levarmos nossos alunos ao pátio<br />

ou ao ginásio para proporcionar-lhes momentos <strong>de</strong> diversão.<br />

Notas<br />

(1) Diálogo entre uma diretora <strong>de</strong> escola e o pesquisa<strong>do</strong>r em<br />

conversa informal durante um trabalho <strong>de</strong> campo.<br />

(2) Trata-se <strong>de</strong> uma escola rural inseri<strong>da</strong> numa região on<strong>de</strong> a<br />

extração <strong>de</strong> pedras constitui-se numa <strong>da</strong>s mais importantes<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s laborais. Nestas pedreiras é muito comum a presença<br />

<strong>de</strong> crianças a acompanharem seus pais e realizarem<br />

tarefas como a lavagem <strong>da</strong>s pedrea e limpeza <strong>do</strong>s locais.<br />

(3) Centro <strong>de</strong> Tradições Gaúchas. Clube Folclórico que mantém<br />

as tradiçoes campeiras <strong>do</strong> povo <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.<br />

(4) Fragmentos <strong>de</strong> entrevistas e conversas com diretores e com<br />

o agentes <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Educação durante trabalho <strong>de</strong><br />

campo.<br />

(5) Da<strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa Projeto Areia Branca: Um estu<strong>do</strong> multidimensional<br />

sobre escolares <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Parobé –RS.<br />

Gaya,A . & Silva, M. UFRGS e Prefeitura Municipal <strong>de</strong><br />

Parobé. Parobé, 2003.<br />

Referências<br />

BENTO, J. O. (1999). Da saú<strong>de</strong>, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sporto, <strong>do</strong> corpo e <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong>. Boletim <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Educação Física 7, 18: 11<br />

- 16.<br />

BOUCHARD, C.; SHEPHARD, R. (1994). Physical activity, fit-<br />

ness, and health: the mo<strong>de</strong>l and key concepts. In Physical<br />

Activty, Fitness, and Health. Consensus Statement. Champaign:<br />

Human Kinetics.<br />

GAYA, A. & SILVA, M. (2003). Areia Branca: Um estu<strong>do</strong> multidimensional<br />

sobre escolares <strong>do</strong> municípío <strong>de</strong> Parobé. Parobé:<br />

UFRGS/Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Parobé.<br />

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. (1997). Crescimento, composição corporal<br />

e <strong>de</strong>sempenho motor <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes. São Paulo:<br />

Baleeiro.<br />

MAIA, J. A. (sd.) Crescimento e aptidão física <strong>de</strong> crianças <strong>do</strong>s 7 aos<br />

10 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Concelho <strong>da</strong> Maia. Porto: <strong>FCDEF</strong>,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto.<br />

MARQUES, A. T.; GAYA, A. (1999). Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, aptidão<br />

física e educação para a saú<strong>de</strong>. Estu<strong>do</strong>s na área pe<strong>da</strong>gógica<br />

em Portugal e no Brasil. <strong>Revista</strong> Paulista <strong>de</strong> Educação Física<br />

1(13): 83-102.<br />

MOTA, J.; SALLIS, J. F. (2002). Activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e saú<strong>de</strong>. Porto:<br />

Campo <strong>da</strong>s Letras.<br />

NAHAS, M. V. (2003). Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, saú<strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

(3 ª ed). Midiograf, Londrina.<br />

SOBRAL, F. (1998). FACDEX: Um projeto <strong>de</strong> investigação em<br />

<strong>de</strong>sporto escolar. In J. Bento, A. Marques (Eds.) A ciência <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sporto. A cultura e o homem. Porto: Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto.<br />

acgaya@esef.ufrgs.br<br />

GRUPOS DE INTERESSE<br />

CRESCIMENTO, MATURAÇÃO E PERFORMANCE NO CONTEXTO<br />

DA FORMAÇÃO DESPORTIVA.<br />

Coelho e Silva, Manuel J.; Figueire<strong>do</strong>, António; Gonçalves,<br />

Carlos E.; Vaz, Vasco; Malina, Robert M.<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> e Educação Física,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra, Portugal.<br />

Introdução<br />

As crianças experimentam três processos interactivos: crescimento,<br />

maturação e <strong>de</strong>senvolvimento. Estes termos são frequentemente<br />

trata<strong>do</strong>s como indistintos. O presente artigo, com<br />

base em trabalhos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s com jovens basquetebolistas,<br />

futebolistas e hoquistas, tentará apresentar a especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes processos, relacionan<strong>do</strong>-os com a formação<br />

<strong>de</strong>sportiva que, quan<strong>do</strong> orienta<strong>da</strong> para a competição, constitui<br />

uma operação inevitavelmente selectiva, embora as práticas e<br />

critérios <strong>de</strong> selecção variem consoante a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Prognose <strong>do</strong> sucesso <strong>de</strong>sportivo<br />

Os programas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>sportiva são dirigi<strong>do</strong>s para uma<br />

larga massa <strong>de</strong> praticantes que apresenta uma enorme variação<br />

no tamanho corporal, maturação biológica, aptidão aeróbia e<br />

anaeróbia, níveis <strong>de</strong> força, proficiência motora e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

pessoal e social. Perante tanta diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, os <strong>de</strong>cisores<br />

<strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> formação estipulam etapas (maioritariamente<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a i<strong>da</strong><strong>de</strong>), estruturam quadros competitivos e<br />

proce<strong>de</strong>m à promoção/selecção <strong>do</strong>s mais aptos e talentosos.<br />

São ain<strong>da</strong> escassas as pesquisas que proce<strong>de</strong>m ao follow-up <strong>de</strong><br />

atletas para estu<strong>da</strong>r a eficácia <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> selecção <strong>de</strong>sportiva.<br />

Dos 48 basquetebolistas <strong>de</strong> 15-16 anos que na época<br />

1993/1994 foram convoca<strong>do</strong>s para as equipas distritais <strong>do</strong><br />

Porto, Coimbra, Lisboa e Aveiro, 6 foram internacionais ca<strong>de</strong>tes,<br />

outros 8 internacionais juniores (Coelho e Silva, 2002).<br />

<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102] 91

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