35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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ORADORES CONVIDADOS
Destes 14 atletas, apenas 4 repetiram a internacionalização no
escalão sub-22, tendo 3 deles actuado na liga profissional
2000/2001. Paralelamente, dos 48 atletas observados nas selecções
distritais, outros 2 também chegaram à liga profissional,
apesar de nunca terem sido internacionais.
Estudo prospectivo em jovens basquetebolistas
A maioria dos estudos são de conveniência e procuram identificar
os traços que, numa dada etapa de formação desportiva,
melhor discriminam os atletas por níveis de prática, constituídos
pela prática dos treinadores e seleccionadores.
Coelho e Silva (1998) avaliou 210 basquetebolistas masculinos
dos 13 aos 14 anos de idade pertencentes aos distritos do
Porto, Coimbra, Santarém e Viseu (1993/94). Trata-se do primeiro
escalão com competições organizadas na preparação desportiva
federada. Com base numa combinação linear de 12
variáveis (estatura, envergadura, massa corporal, % massa
magra, lançamento da bola de 2kg, impulsão vertical, dinamometria
manual, sit-ups, passe, drible, deslizamento defensivo e
lançamento), foi possível classificar os atletas nos grupos de
origem: 82% dos atletas não seleccionados para as equipas distritais,
70% dos atletas das selecções e 4 dos 5 jogadores eleitos
pelos seleccionadores como sendo os melhores. Apesar da
bondade de ajustamento da função discriminante, o elemento
do cinco ideal classificado como tendo um perfil igual ao dos
atletas não seleccionados foi em 2002/2003 atleta profissional.
Esta ocorrência pode dever-se à sobrevalorização das determinantes
biológicas previstas no estudo, à grande variabilidade
morfológica e de aptidão desportivo-motora que decorre da
maturação biológica, especialmente evidente nos anos coincidentes
com o salto de crescimento pubertário, e ainda ao reconhecimento
da importância da qualidade das etapas ulteriores
de preparação desportiva, uma vez que as habilidades motoras
específicas do basquetebol foram as que apresentaram coeficientes
canónicos estruturais mais baixos.
Selecção de jovens hoquistas: importância do comportamento
em situação de jogo
Parte substancial do processo de selecção pertence aos treinadores
nacionais. A opinião de um painel de peritos com experiência
no basquetebol juvenil (Coelho e Silva, 1995) mostra
que eles consideram um conjunto de indicadores tais como:
colectivismo, inteligência prática, leitura de jogo, auto-domínio,
criatividade, coordenação motora, gosto pelas tarefas
defensivas, entre outros. Numa investigação-acção com jovens
hoquistas, Vaz (2003), simultaneamente seleccionador nacional,
acrescentou a avaliação do comportamento em jogo às
variáveis biométricas habitualmente utilizadas. A técnica stepwise
da função discriminante classifica correctamente 100% dos
atletas no grupo nacional e internacional apenas com base em
variáveis de análise do jogo. O modelo para encontrar a combinação
de variáveis que melhor maximiza as diferenças entre os
grupos distrital e nacional foi igualmente significativo e incluiu
indicadores de diferentes dimensões: uma variável morfológica
(índice de androginia), uma de aptidão física específica do
hóquei (corrida de 25 metros com patins, stick e bola) e uma
variável de análise de jogo (número de passes). Esta equação
classifica correctamente 87% dos hoquistas.
Estado de crescimento e etapas da formação desportiva
A formação desportiva é estruturada em escalões etários com
intervalos de 2 anos. É assim no futebol (infantis, 11-12 anos,
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102]
iniciados, 13-14 anos, juvenis, 15-16 anos, juniores, 17-18
anos) e no basquetebol (iniciados, 13-14 anos, cadetes, 15-16
anos, juniores B, 17-18 anos, juniores A, 19-20 anos). Existe
algum fundamento para a etapa de início das competições formais
ser 11 anos no futebol e 13 no basquetebol? Que fundamentos
concorrem para o termo da formação desportiva aos 18
anos no futebol e aos 20 no basquetebol?
No seio de um dado agrupamento/escalão, é possível encontrar
diferenças entre atletas de 1º e 2º ano (tabela 1). Os dados são
corroborados por outro estudo desenvolvido em jovens futebolistas
dos 11 aos 18 anos de idade (Coelho e Silva et al., 2003).
As diferenças entre atletas de 1º e 2º ano só não são observáveis
no escalão de juniores (17-18 anos), sendo a magnitude maior e
as diferenças mais generalizáveis no escalão de iniciados (13-14
anos), tal como sugere a tabela 1 para basquetebolistas.
Tabela 1. Variação associada à idade cronológica em variáveis somáticas,
desempenhos de força, prova de aptidão aeróbia e habilidades
motoras específicas do basquetebol, em jovens basquetebolistas iniciados
e cadetes masculinos (Coelho e Silva et al., 2004).
* (p