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35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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aprendizagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> jogo. Por último,<br />

o princípio <strong>da</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> reclama que as aprendizagens preconiza<strong>da</strong>s<br />

para uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> forma básica <strong>de</strong> jogo <strong>de</strong>vam<br />

fazer senti<strong>do</strong> não apenas no quadro <strong>de</strong> problemas a ela circunscritos,<br />

mas também na criação <strong>da</strong>s condições necessárias para a<br />

forma básica <strong>de</strong> jogo seguinte. Ou seja, a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s aprendizagens<br />

vem qualifica<strong>da</strong> pelo contributo que estas dão tanto<br />

para a melhoria <strong>do</strong> jogo actual como para as exigências <strong>do</strong> jogo<br />

futuro.<br />

Formas parciais <strong>de</strong> jogo<br />

As formas parciais <strong>de</strong> jogo aparecem, em <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong><br />

uma forma básica <strong>de</strong> jogo, com o fito <strong>de</strong> tratar dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s particulares<br />

evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s no jogo <strong>do</strong>s alunos e <strong>de</strong> trazer para primeiro<br />

plano o confronto <strong>do</strong>s alunos com problemas inerentes a<br />

uma estrutura parcial <strong>do</strong> jogo, por exemplo a estrutura finalizar/impedir<br />

finalização. A i<strong>de</strong>ia, neste caso, é manter uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em forma <strong>de</strong> jogo, com o mesmo objectivo <strong>do</strong> jogo, mas<br />

com as outras estruturas facilita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a pôr em evidência<br />

as questões relativas aos requisitos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e aproveitar<br />

situações <strong>de</strong> finalização versus negar situações <strong>de</strong> finalização.<br />

As formas parciais <strong>de</strong> jogo preservam a relação <strong>de</strong> cooperação<br />

oposição num quadro <strong>de</strong> acção mais facilita<strong>do</strong> que o jogo, mas<br />

on<strong>de</strong> não têm lugar situações fecha<strong>da</strong>s ou soluções pre<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s.<br />

A activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve colocar possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação <strong>da</strong>s<br />

situações, <strong>de</strong> escolhas e <strong>de</strong> respostas tacticamente <strong>de</strong>libera<strong>da</strong>s.<br />

A acção <strong>do</strong>s alunos não é teleguia<strong>da</strong>, por isso há espaço para<br />

errar, e não se preten<strong>de</strong> negar esse espaço, até porque o erro<br />

fornece uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para apren<strong>de</strong>r (Gonzalez, 1996).<br />

A ênfase numa <strong>da</strong>s estruturas parciais <strong>do</strong> jogo permite que os<br />

alunos se concentrem nos problemas e exigências <strong>de</strong> execução<br />

<strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s partes <strong>da</strong> forma básica <strong>de</strong> jogo. Têm <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong><br />

mais oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apreciar, confrontar-se e mobilizar capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

para ultrapassar os <strong>de</strong>safios que estas situações colocam.<br />

Em síntese, as formas parciais <strong>de</strong> jogo possuem as seguintes<br />

características:<br />

1. O objectivo <strong>da</strong> forma parcial <strong>de</strong> jogo é comum à versão<br />

completa <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> invasão.<br />

2. Em to<strong>da</strong>s as formas parciais <strong>de</strong> jogo se enfatiza uma <strong>da</strong>s<br />

três estruturas parciais <strong>do</strong> jogo.<br />

3. As activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ataque e <strong>de</strong>fesa estão interliga<strong>da</strong>s.<br />

4. Não é necessária uma transição natural <strong>do</strong> ataque para a<br />

<strong>de</strong>fesa e vice versa.<br />

5. As tarefas <strong>de</strong> aprendizagem são situações <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong><br />

problemas.<br />

Tarefas basea<strong>da</strong>s no jogo<br />

As tarefas basea<strong>da</strong>s no jogo preten<strong>de</strong>m que a exercitação <strong>da</strong>s<br />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s preserve traços <strong>de</strong> vinculação ao seu uso particular<br />

no jogo. As possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> soluções são muito<br />

facilita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> maneira a enfatizar, primordialmente, os mecanismos<br />

<strong>de</strong> execução num contexto muito simplifica<strong>do</strong>, mas claramente<br />

referencia<strong>do</strong> à situação particular <strong>de</strong> jogo em foco.<br />

Kirk e MacPhail (2002) falam em modularizar as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

através <strong>da</strong> constituição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (clusters) <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong><br />

sinais, <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão táctica e execução técnica, que são activa<strong>da</strong>s<br />

em conjunto numa <strong>da</strong><strong>da</strong> situação <strong>de</strong> jogo. Deduz-se <strong>da</strong>qui que<br />

um exercício é tanto mais váli<strong>do</strong> quanto melhor contribuir para<br />

a construção <strong>de</strong>sses módulos <strong>de</strong> acção inteligente e cria<strong>do</strong>ra,<br />

quanto mais ampliar e consoli<strong>da</strong>r as capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> percepção,<br />

<strong>de</strong>cisão e execução.<br />

Referências bibliográficas<br />

BROWN, J. S.; COLLINS, A., & DUGUID, P. (1989). Situated<br />

Cognition and the Culture of Learning. Educational<br />

Researcher 18, 32-42.<br />

ENNIS, C. D. (2000). Canaries in the Coal Mine: Responding<br />

to Disengaged Stu<strong>de</strong>nts Using Theme-Based Curricula. Quest<br />

(Human Kinetics) 52(2): 119.<br />

GONZALEZ, M.-M. (1996). Tasks and activities. A parent-child<br />

interaction analysis. Learning and Instruction 6(4): 287-306.<br />

KIRK, D., & MACPHAIL, A. (2002). Teaching games for<br />

un<strong>de</strong>rstanding and situated learning: Rethinking the Bunker-<br />

Thorpe mo<strong>de</strong>l. Journal of Teaching in Physical Education<br />

21(2):177-192.<br />

MUSCH, E.; MERTENS, B.; TIMMERS, E.; MERTENS, T.;<br />

GRAÇA, A.; TABORSKY, F.; REMY, C.; DE CLERCQ, D.;<br />

MULTAEL, M. & VONDERLYNCK, V. (2002). An innovative<br />

di<strong>da</strong>ctical invasion games mo<strong>de</strong>l to teach basketball and<br />

handball, presented on cd. Paper presented at the 7th Annual<br />

Congress of the European College of Sport Science, Athens,<br />

Greece.<br />

ROVEGNO, I.; NEVETT, M. & BABIARZ, M. (2001). Learning<br />

and teaching invasion-game tactics in 4th gra<strong>de</strong>: Introduction<br />

and theoretical perspective. Journal of Teaching in Physical<br />

Education 20(4): 341-351.<br />

agraça@fc<strong>de</strong>f.up.pt<br />

METODOLOGIAS DE ENSINO DOS ESPORTES:<br />

AVANÇOS TEÓRICOS E IMPLICAÇÕES PRÁTICAS.<br />

GRUPOS DE INTERESSE<br />

Nascimento, Juarez Vieira <strong>do</strong><br />

Centro <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong>s, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

Florianópolis, Brasil.<br />

1. Avanços teóricos sobre as meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> ensino <strong>do</strong>s<br />

esportes<br />

Ao longo <strong>do</strong>s anos, diferentes formas <strong>de</strong> ensinar os esportes<br />

foram surgin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> diversas interpretações e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

à influência <strong>de</strong> várias correntes e perío<strong>do</strong>s históricos (Graça<br />

& Oliveira, 1995). De mo<strong>do</strong> geral, as meto<strong>do</strong>logias po<strong>de</strong>m concentrar-se<br />

sobre o ensino <strong>da</strong> técnica ou sobre o ensino <strong>da</strong> tática,<br />

ou ain<strong>da</strong> aquelas que procuram aliar o ensino <strong>da</strong> técnica e<br />

tática numa única abor<strong>da</strong>gem.<br />

Enquanto que as abor<strong>da</strong>gens tradicional e série <strong>de</strong> exercícios<br />

priorizam o ensino <strong>da</strong> técnica a partir <strong>da</strong> fragmentação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> jogo e <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> seqüências pe<strong>da</strong>gógicas <strong>de</strong> exercícios,<br />

on<strong>de</strong> a eleva<strong>da</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exercícios dificulta ao aprendiz<br />

diferenciar o que é mais importante <strong>do</strong> que é supérfluo<br />

(Reis, 1994; Xavier, 1986); as abor<strong>da</strong>gens série <strong>de</strong> jogos e crítico-emancipatória<br />

priorizam o ensino <strong>da</strong> tática com a introdução<br />

<strong>da</strong>s noções <strong>de</strong> jogo recreativo (Dietrich, Durrwachter &<br />

Schaller, 1984) e <strong>de</strong> transformações no jogo (Kunz, 1996), favorecen<strong>do</strong><br />

tanto a lenta construção <strong>do</strong> jogo, quanto a <strong>de</strong>sconstrução<br />

<strong>de</strong> imagens negativas <strong>da</strong> prática esportiva, respectivamente.<br />

Ao preocupar-se em <strong>de</strong>senvolver disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> motora e mental<br />

no praticante, que transcen<strong>da</strong> a simples automatização <strong>de</strong><br />

gestos e favoreça a assimilação <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> ação, princípios <strong>de</strong><br />

gestão <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong> jogo e <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> comunicação entre os<br />

joga<strong>do</strong>res, a abor<strong>da</strong>gem estruturalista (Garganta, 1995; Graça &<br />

Oliveira, 1995; Greco, 1998; Mesquita, 1997) tem como princi-<br />

<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102] 79

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