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35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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76<br />

ORADORES CONVIDADOS<br />

(5) Área organizacional: A formalização e a institucionalização<br />

<strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong>sportivas, formais, não-formais e informais<br />

(Costa Lamartine, 1986), traduzem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir<br />

diferentes aspectos <strong>de</strong> eficiência em função <strong>do</strong>s<br />

objectivos que se visa atingir. Assim, po<strong>de</strong>mos verificar<br />

que a organização <strong>do</strong> <strong>de</strong>sporto, através <strong>da</strong>quilo a que se<br />

convencionou chamar <strong>de</strong> associativismo <strong>de</strong>sportivo, se<br />

processou no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> informal para o formal, passan<strong>do</strong><br />

pelo não-formal. Ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>stas áreas <strong>de</strong> organização,<br />

porque <strong>de</strong> áreas organizacionais se trata, em nossa opinião,<br />

correspon<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sporto formal à gestão tradicional,<br />

no <strong>de</strong>sporto não formal à co-gestão e no <strong>de</strong>sporto informal<br />

à autogestão ou <strong>de</strong>sporto inorganiza<strong>do</strong> na expressão<br />

Pociello. Ver: Pociello, Ch. (1991) Nouvelles Approches.<br />

In: “Sports et Société, Aproche Socio-Culturelle <strong>de</strong>s<br />

Pratiques”, Paris, Vigot.<br />

(6) Ver: Vários (1995) The Keys to Success - The Social,<br />

Sporting, Economic and Comunications Impact of<br />

Barcelona 92, Barcelona, Centro d’Estudis Olímpicos i <strong>de</strong><br />

l’Esport, Universitat Autònoma <strong>de</strong> Barcelona.<br />

(7) O jornal “Público” <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Novembro 1993, anunciou<br />

que os dirigentes <strong>do</strong> PSD, durante a campanha para as<br />

autárquicas, logo secun<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo PS (!), prometeram a<br />

realização <strong>do</strong>s Jogos Olímpicos no Porto! No frenesim<br />

louco em que transformaram a campanha eleitoral, po<strong>de</strong>riam<br />

muito bem ter prometi<strong>do</strong> uma excursão à Lua ou o<br />

elixir <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> eterna. Seria, em termos práticos, a mesma<br />

coisa.<br />

Ain<strong>da</strong> sob o efeito <strong>do</strong>s holofotes <strong>de</strong> Sydney, o ministro <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sporto Arman<strong>do</strong> Vara, secun<strong>da</strong><strong>do</strong> por Vicente Moura ,<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Comité Olímpico <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong>u luz ver<strong>de</strong><br />

à candi<strong>da</strong>tura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa à realização <strong>do</strong>s Jogos<br />

<strong>de</strong> 2012 (Record, 1/10/00). Em princípios <strong>de</strong> 2004, o<br />

Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, Hermínio Loureiro, e<br />

Vicente Moura começaram a anunciar a possível candi<strong>da</strong>tura<br />

à realização <strong>do</strong>s Jogos <strong>de</strong> 2016 (Record, 7/1/04).<br />

(8) Veja-se, por exemplo, o Museu Olímpico na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Lausanne, que representa, <strong>de</strong> facto, uma <strong>da</strong>s jóias <strong>da</strong> cultura<br />

<strong>do</strong> nosso tempo.<br />

(9) “O Esta<strong>do</strong> reconhece o direito <strong>do</strong>s ci<strong>da</strong>dãos à cultura física<br />

e ao <strong>de</strong>sporto como meios <strong>de</strong> valorização humana, incumbin<strong>do</strong>-lhe<br />

promover, estimular e orientar a sua prática e<br />

difusão.”<br />

(10) Samuelson, Paul (1981) Economia. Lisboa, Fun<strong>da</strong>ção<br />

Calouste Gulbenkian.<br />

(11) Enten<strong>de</strong>mos que o que se quis obter foi um “efeito <strong>de</strong><br />

anúncio”.<br />

(12) Amartya Sen (1999) Development as Free<strong>do</strong>m. New York,<br />

Alfred A. Knopf.<br />

(13) Rosanvallon, Pierre (1984) A Crise <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Providência.<br />

Lisboa, Inquérito.<br />

(14) Marivoet, Salomé (2001) Hábitos Desportivos <strong>da</strong><br />

População Portuguesa. Lisboa, Ministério <strong>da</strong> Juventu<strong>de</strong> e<br />

<strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>.<br />

(15) Lenskyl, Helen (2000) Insi<strong>de</strong> the Olympic Industry. New<br />

York, State University of New York.<br />

(16) Mintzberg Henry (1996) Managing Government,<br />

Governing Management. In: “Harvard Business Revue”,<br />

May-Jun.<br />

(17) Pires, G. (1996) <strong>Desporto</strong> e Política - Para<strong>do</strong>xos e<br />

Reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Funchal, O <strong>Desporto</strong> Ma<strong>de</strong>ira.<br />

(18) Neste <strong>do</strong>mínio, não po<strong>de</strong>mos aceitar que o Esta<strong>do</strong> transfi-<br />

<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102]<br />

ra as suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a Coca-cola, <strong>de</strong>legan<strong>do</strong><br />

nesta organização a realização <strong>de</strong> provas <strong>de</strong>sportivas escolares<br />

(ver anúncio “Record”, 5/1/04, p.2).<br />

gpires@fmh.utl.pt<br />

REGULAÇÃO DA INTERFERÊNCIA CONTEXTUAL<br />

NO ENSINO DAS TAREFAS DESPORTIVAS.<br />

Mesquita, Isabel<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> e <strong>de</strong> Educação Física,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto, Portugal.<br />

Uma <strong>da</strong>s tarefas mais difíceis no ensino <strong>do</strong>s jogos <strong>de</strong>sportivos<br />

consiste em estabelecer uma relação <strong>de</strong> compromisso entre a<br />

lógica didáctica e a lógica funcional <strong>do</strong> jogo. A natureza complexa<br />

<strong>da</strong>s relações no seio <strong>da</strong> própria equipa e com o adversário<br />

incrementa a imprevisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s acções <strong>de</strong> jogo, o que, consequentemente,<br />

dificulta a selecção <strong>da</strong> solução motora. To<strong>da</strong>via,<br />

tal não justifica que no ensino <strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong> jogo se<br />

fragmente o conteú<strong>do</strong> em partes, como se <strong>de</strong> um mero puzzle<br />

se tratasse. O facto <strong>da</strong>s soluções emergirem no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> prática<br />

<strong>do</strong> jogo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem, directamente, <strong>da</strong>s estratégias <strong>de</strong><br />

exploração <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> constrangimento <strong>da</strong>s tarefas<br />

(Tempra<strong>do</strong>, 1997), justifica que a aprendizagem seja regi<strong>da</strong> pela<br />

repetição <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> soluções (concepção heurística)<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> repetição <strong>de</strong> soluções idênticas (concepção<br />

prescritiva algorítmica).<br />

Esta temática encontra suporte teórico na teoria <strong>da</strong> interferência<br />

contextual, aplica<strong>da</strong> tradicionalmente no âmbito <strong>da</strong><br />

Aprendizagem Motora (Battig, 1966 apud Wrisberg, 1991),<br />

ten<strong>do</strong> vin<strong>do</strong> a ser <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que a prática <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

técnicas em condições variáveis (eleva<strong>da</strong> interferência contextual)<br />

é mais eficaz <strong>do</strong> que em condições constantes (baixa<br />

interferência contextual) (Lee e Magill, 1983; Shea e<br />

Morgan,1979). De uma fase inicial em que os estu<strong>do</strong>s eram<br />

realiza<strong>do</strong>s em condições laboratoriais, tem-se vin<strong>do</strong> a assistir à<br />

realização <strong>de</strong> pesquisa com uma aproximação ca<strong>da</strong> vez mais<br />

significativa <strong>do</strong>s contextos reais <strong>de</strong> prática, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser o<br />

envolvimento <strong>de</strong> aprendizagem que confere autentici<strong>da</strong><strong>de</strong> aos<br />

fenómenos (Li<strong>do</strong>r, 1995).<br />

Goo<strong>de</strong> & Magill (1986) realizaram o primeiro estu<strong>do</strong> em condições<br />

não laboratoriais, embora sujeitas a eleva<strong>do</strong> controlo, relativo<br />

à aprendizagem <strong>do</strong> serviço na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Badminton.<br />

Constataram que o grupo sujeito a prática variável obteve<br />

melhores resulta<strong>do</strong>s nos testes <strong>de</strong> retenção e <strong>de</strong> transferência,<br />

relativamente ao grupo que praticou sempre esta habili<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

condições <strong>de</strong> prática constante, sujeita a baixa interferência<br />

contextual. No mesmo senti<strong>do</strong>, Wrisberg (1991), através <strong>de</strong><br />

um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em condições <strong>de</strong> envolvimento típicas <strong>de</strong><br />

um contexto <strong>de</strong> instrução real, preten<strong>de</strong>u averiguar a influência<br />

<strong>da</strong> interferência contextual nos resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> aprendizagem<br />

também <strong>do</strong> serviço no Badminton. Constatou que o grupo<br />

sujeito a condições <strong>de</strong> prática variável evi<strong>de</strong>nciou níveis <strong>de</strong><br />

retenção significativamente superiores no serviço curto, em<br />

relação aos restantes grupos.<br />

Apesar <strong>da</strong> investigação sugerir a pertinência <strong>da</strong> prática variável<br />

na aprendizagem <strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentos no âmbito <strong>do</strong>s jogos <strong>de</strong>sportivos,<br />

não tem si<strong>do</strong> muito claro o panorama <strong>da</strong> transposição<br />

<strong>do</strong> efeito <strong>da</strong> interferência contextual para situações <strong>de</strong> prática,

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