35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

eferem Sichieri e Allan (1996) “O Brasil é um exemplo de um
mosaico, onde convivem altas prevalências de anemia e hipervitaminose
subclínica com crescente ocorrência de vitaminose.” (p. 20). Assim,
torna-se evidente que as estratégias de promoção da saúde na
escola devem considerar as duas faces dessa realidade. De um
lado erradicar a subnutrição e, por outro lado, evitar o aumento
da ocorrência da obesidade.
Comparem-se agora, no próximo gráfico, os resultados de
crianças e adolescentes que participam de práticas esportivas
sistematizadas, com os nossos escolares que apenas praticam a
educação física. Verifica-se que as diferenças são estatisticamente
significativas e que revelam forte associação entre indicadores
de sobrepeso e obesidade em escolares que apenas participam
das aulas de educação física.
Aptidão física relacionada à saúde
Os gráficos que seguem informam sobre os indicadores de aptidão
física relacionada à saúde dos escolares. Os dados foram
colhidos através da bateria de testes do Projeto Esporte Brasil.
No teste de sentar e alcançar, que mede flexibilidade da coluna
lombar, 24 % dos meninos e 35% das meninas não atingem a
GRUPOS DE INTERESSE
Zona Saudável de Aptidão Física (ZSApF). Objetivamente: as
meninas, com as pernas estendidas e unidas, não alcançam as
pontas dos pés e os meninos ficam em média a 3 centímetros
aquém desse critério.
Todavia, quando comparam-se os escolares que apenas praticam
a educação física com seus colegas que praticam esporte
sistematizado, observa-se clara diferença. Entre os esportistas
avaliados, nenhum deles atingiu resultados abaixo da zona saudável
de aptidão física, enquanto 30,6% dos escolares não praticantes
de esporte formal situam-se nesta zona de risco à
saúde. Por outro lado, a grande maioria dos esportistas 77,6%
situam-se acima da zona média, enquanto apenas 34,7 dos
escolares que freqüentam as aulas de educação física.
Número de abdominais em 1 minuto. Critério de avaliação
Fitnessgram (1992). Os meninos: 39% estão abaixo da ZSApF.
As meninas: mais da metade. São 55% das escolares abaixo da
ZSApF.
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102] 89