35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...
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94<br />
ORADORES CONVIDADOS<br />
on morphology, strength, aerobic fitness and specific motor<br />
skills of male basketball players 13-16 years. Trabalho aceite no<br />
9 th Annual Conference of the European College of Sport Science.<br />
Clermont-Ferrand.<br />
HELSEN WF; HODGES NJ; VAN WINCKEL J; STARKES JL<br />
(2000). The roles of talent, physical precocity and practice in<br />
the <strong>de</strong>velopment of soccer expertise. Journal of Sports Sciences<br />
18 (9): 727-736.<br />
HUGHES IA (1998). Physical examination. In Sj Ulijaszek, FE<br />
Johnston, MA Preece (Eds). The Cambridge Encyclopedia of<br />
Human Growth and Development. Cambridge University Press.<br />
MALINA RM (2003). Biological maturation and readiness for<br />
sports on youth soccer athletes. Comunicação oral no II<br />
Fórum <strong>Desporto</strong> <strong>de</strong> Jovens. Centro <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong><br />
Infanto-Juvenil. <strong>FCDEF</strong>-UC. Lousã<br />
VAZ V (2003). Selecção e exclusão <strong>de</strong>sportiva <strong>de</strong> jovens<br />
hoquistas na fase <strong>de</strong> especialização <strong>de</strong>sportiva. Dissertação <strong>de</strong><br />
Mestra<strong>do</strong>. <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> e Educação<br />
Física, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra (não publica<strong>do</strong>).<br />
mjcesilva@hotmail.com<br />
CRESCIMENTO SOMÁTICO, MATURAÇÃO BIOLÓGICA E ACTIVIDADE<br />
FÍSICA: O ‘ESTUDO DE CRESCIMENTO DA MADEIRA’.<br />
Freitas, D 1 .; Maia, J 2 .; Beunen, G 3 .; Lefevre, J 3 .; Claessens,<br />
A 3 .; Marques, A 2 .; Rodrigues, A 4 .; Silva, C 4 .; Thomis, M 3 .;<br />
Crespo, M 5 .<br />
(1) Departamento <strong>de</strong> Educação Física e <strong>Desporto</strong>, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira, Portugal; (2) <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> e <strong>de</strong><br />
Educação Física, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto, Portugal; (3) Faculty of<br />
Physical Education and Physiotherapy, Katholieke Universiteit Leuven,<br />
Bélgica; (4) Hospital Central <strong>do</strong> Funchal, Ma<strong>de</strong>ira, Portugal; (5)<br />
Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística, Portugal.<br />
1. Introdução<br />
Um entendimento claro <strong>do</strong> triângulo forma<strong>do</strong> pelo crescimento<br />
somático, maturação biológica e activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física constitui um<br />
ponto <strong>de</strong> interesse para investiga<strong>do</strong>res e profissionais <strong>de</strong><br />
Educação Física, <strong>Desporto</strong> e Saú<strong>de</strong>. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Durnin (1971)<br />
revelou que os jovens escoceses <strong>do</strong> estatuto sócio-económico<br />
(ESE) baixo foram mais activos <strong>do</strong> que o ESE eleva<strong>do</strong>. Em a<strong>do</strong>lescentes<br />
belgas, Renson et al. (1980) observaram que o ESE<br />
eleva<strong>do</strong> foi mais activo e praticava um maior número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos<br />
<strong>do</strong> que o ESE baixo. Tendências similares foram encontra<strong>da</strong>s<br />
por Baxter-Jones et al. (1994) e Sallis et al. (1996) em<br />
amostras <strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América,<br />
respectivamente.<br />
As crianças e jovens avança<strong>do</strong>s na sua maturação biológica são,<br />
em média, mais altos, mais pesa<strong>do</strong>s e apresentam menos gordura<br />
(rapazes) <strong>do</strong> que aqueles <strong>de</strong> maturação normal e atrasa<strong>da</strong>.<br />
Os rapazes avança<strong>do</strong>s na sua maturação são mais proficientes<br />
na realização <strong>de</strong> uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tarefas motoras e testes <strong>de</strong><br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> aeróbia <strong>do</strong> que os rapazes <strong>de</strong> maturação atrasa<strong>da</strong>.<br />
Para as raparigas, a relação entre estatuto maturacional, força e<br />
‘performance’ não é consistente tarefa a tarefa, ou ao longo <strong>da</strong><br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong>. No entanto, as raparigas atrasa<strong>da</strong>s na sua maturação são<br />
ligeiramente mais proficientes <strong>do</strong> que as <strong>de</strong> maturação normal<br />
e avança<strong>da</strong> (Malina e Bouchard, 1991).<br />
A variação nas componentes <strong>da</strong> aptidão física relaciona<strong>da</strong> com<br />
<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102]<br />
a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física em crianças e a<strong>do</strong>lescentes revela que a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
física está associa<strong>da</strong> a níveis mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência<br />
cardiorespiratória e força funcional, esta última apenas nos<br />
rapazes. Esta tendência parece ser extensível à veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>/agili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
força explosiva e força ab<strong>do</strong>minal (Mirwald et al., 1981;<br />
Beunen et al., 1992).<br />
Em Portugal, a informação disponível acerca <strong>do</strong> crescimento<br />
somático, maturação biológica e activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física não é vasta, e<br />
a interligação <strong>de</strong>stas variáveis <strong>de</strong>nota os primeiros passos. Os<br />
objectivos <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> são: (1) <strong>do</strong>cumentar os padrões<br />
individuais <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e <strong>de</strong> algumas<br />
tarefas motoras em função <strong>do</strong> ESE; (2) conhecer as características<br />
somáticas e <strong>de</strong> aptidão física <strong>de</strong> grupos maturacionais distintos;<br />
e (3) quantificar a variação na aptidão física associa<strong>da</strong> à<br />
activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física.<br />
2. Material e méto<strong>do</strong>s<br />
Amostra<br />
A amostra é constituí<strong>da</strong> por 507 elementos (256 rapazes e 251<br />
raparigas) que participaram no ‘Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Crescimento <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira’. O <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> pesquisa compreen<strong>de</strong> cinco coortes<br />
(8, 10, 12, 14 e 16 anos) observa<strong>da</strong>s em intervalos anuais<br />
em 1996, 1997 e 1998 com quatro perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sobreposição<br />
(10, 12, 14 e 16 anos). Os sujeitos foram selecciona<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong><br />
o concelho, ano <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e características <strong>do</strong>s edifícios<br />
escolares como factores <strong>de</strong> estratificação. Uma análise<br />
transversal <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi efectua<strong>da</strong> para o presente estu<strong>do</strong>.<br />
Registos <strong>de</strong> 1173 indivíduos foram utiliza<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>mostrar as<br />
diferenças nas características somáticas e <strong>de</strong> aptidão física entre<br />
grupos <strong>de</strong> maturação esquelética (avança<strong>do</strong>, normal e atrasa<strong>do</strong>).<br />
Contu<strong>do</strong>, na análise <strong>da</strong> variação na activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e aptidão<br />
física associa<strong>da</strong> ao ESE (eleva<strong>do</strong>, médio e baixo) e nos grupos<br />
<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> (activo e não activo) a amostra integra 1493 e<br />
1498 indivíduos, respectivamente.<br />
Procedimentos <strong>de</strong> avaliação<br />
Os indica<strong>do</strong>res somáticos investiga<strong>do</strong>s na presente pesquisa<br />
incluem a altura, peso, altura senta<strong>do</strong>, diâmetros, perímetros e<br />
pregas <strong>de</strong> adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A estimação <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética foi<br />
efectua<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> radiografias <strong>da</strong> mão e <strong>do</strong> punho usan<strong>do</strong> o<br />
méto<strong>do</strong> Tanner-Whitehouse 2 (TW2) (Tanner et al., 1983). Os<br />
níveis <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física foram avalia<strong>do</strong>s com base no questionário<br />
<strong>de</strong> Baecke et al., (1982) e administra<strong>do</strong> anualmente sob a<br />
forma <strong>de</strong> entrevista. Os testes motores utiliza<strong>do</strong>s integram a<br />
bateria Eurofit (A<strong>da</strong>m et al., 1988). A estratificação social teve<br />
por base a profissão <strong>do</strong>s pais, habilitações literárias, rendimento<br />
familiar e habitação e área <strong>de</strong> residência (Graffar, 1956). Ten<strong>do</strong><br />
em atenção a variação no número <strong>de</strong> sujeitos por ESE e grupo<br />
<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a amostra foi combina<strong>da</strong> em diversos grupos etários:<br />
rapazes 7-9, 10-11, 12-13, 14-15 e 16-18; raparigas 7-9,<br />
10-11, 12-14 e 15-18. A ANOVA e o teste t foram usa<strong>do</strong>s para<br />
analisar as diferenças entre grupos sócio-económicos e maturacionais<br />
nos indica<strong>do</strong>res somáticos e <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física. A análise<br />
‘post hoc’ foi efectua<strong>da</strong> utilizan<strong>do</strong> comparações Tukey.<br />
3. Resulta<strong>do</strong>s<br />
Padrão individual <strong>de</strong> crescimento para a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e algumas<br />
tarefas motoras em função <strong>do</strong> ESE.<br />
Os rapazes <strong>do</strong> ESE médio apresentam um aumento gradual <strong>da</strong><br />
prática <strong>de</strong>sportiva com a i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os valores <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />
os grupos eleva<strong>do</strong> e médio são quase idênticos aos 16-18 anos.<br />
Em to<strong>do</strong>s os grupos etários, os ‘scores’ <strong>de</strong>sportivos mais altos