35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...
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Maturação biológica<br />
Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> tabela 3 ilustram a enorme dispersão existente em<br />
ca<strong>da</strong> escalão <strong>de</strong> formação e mesmo entre atletas nasci<strong>do</strong>s no<br />
mesmo ano, no que se refere ao estatuto maturacional, marca<strong>do</strong><br />
pela pilosi<strong>da</strong><strong>de</strong> púbica, um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> maturação sexual.<br />
A literatura (Hughes, 1998) sugere que o pico <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
crescimento ten<strong>de</strong> a ocorrer no estádio 3, ou seja, a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> crescimento será <strong>de</strong> maior magnitu<strong>de</strong> na transição <strong>do</strong> escalão<br />
<strong>de</strong> infantis para inicia<strong>do</strong>s.<br />
Tabela 3. Distribuição <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> futebolistas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />
escalão etário e estatuto maturacional (Coelho e Silva et al., 2003).<br />
A tabela 4 mostra que os inicia<strong>do</strong>s no estádio 4, apesar <strong>de</strong> mais<br />
novos, são 5.6 cm mais altos e 9.4 kg mais pesa<strong>do</strong>s que os<br />
ca<strong>de</strong>tes no estádio 3. Adicionalmente, as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s motoras<br />
parecem ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> estatuto maturacional, tal como<br />
tinha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong>s com jovens futebolistas<br />
(Coelho e Silva et al., 2003; Malina, 2003). Nas medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
força, o efeito <strong>do</strong> estatuto maturacional é mais notório nas provas<br />
que não envolvem o <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong> corpo (dinamometria<br />
manual e lançamento <strong>da</strong> bola medicinal <strong>de</strong> 2 kg).<br />
Tabela 4. Resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> ANCOVA, i<strong>da</strong><strong>de</strong> como covariável, para estu<strong>da</strong>r<br />
o efeito <strong>do</strong> estatuto maturacional sobre a variação somática, <strong>de</strong>sempenhos<br />
<strong>de</strong> força, aptidão aeróbia e habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s motoras específicas <strong>do</strong><br />
basquetebol (Coelho e Silva et al, 2004).<br />
* (p<br />
+1), 7 são average (-1 < i<strong>da</strong><strong>de</strong> óssea - i<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica < +1)<br />
e 0 são <strong>de</strong>layed (i<strong>da</strong><strong>de</strong> óssea - i<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica < -1). Ou seja,<br />
GRUPOS DE INTERESSE<br />
os basquetebolistas juniores <strong>de</strong> elite ou já atingiram a maturi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
biológica, ou estão “on time - average” ou estão adianta<strong>do</strong>s,<br />
“advanced”.<br />
Tabela 5. I<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica, i<strong>da</strong><strong>de</strong> óssea e erro padrão <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />
por 2 observa<strong>do</strong>res, número <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s e indica<strong>do</strong>res em que não existe<br />
concordância inter-observa<strong>do</strong>r (observa<strong>do</strong>r 1 - último autor, observa<strong>do</strong>r<br />
2 – primeiro autor).<br />
Conclusões<br />
A formação <strong>de</strong>sportiva estrutura<strong>da</strong> em etapas <strong>de</strong> 2 anos agrupa<br />
atletas com diferenças substanciais no que se refere ao esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
crescimento e aptidão <strong>de</strong>sportivo-motora, especialmente nas primeiras<br />
etapas <strong>de</strong> preparação. Mesmo no seio <strong>de</strong> atletas nasci<strong>do</strong>s<br />
no mesmo ano e em especial na etapa coinci<strong>de</strong>nte com o salto <strong>de</strong><br />
crescimento pubertário, os nasci<strong>do</strong>s nos primeiros trimestres<br />
parecem gozar <strong>de</strong> uma vantagem relativamente aos seus pares.<br />
No início <strong>da</strong> formação <strong>de</strong>sportiva e mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> controlar o<br />
efeito atribuível à i<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica, é i<strong>de</strong>ntificável um efeito significativo<br />
<strong>do</strong> estatuto maturacional sobre as variáveis biológicas e<br />
<strong>de</strong> força. Contu<strong>do</strong>, a variação observa<strong>da</strong> na mestria motora parece<br />
ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> estatuto maturacional.<br />
Para aprofun<strong>da</strong>r a discussão gera<strong>da</strong> pelo presente artigo sugerese:<br />
a) a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho longitudinal; b) integração<br />
<strong>da</strong>s variáveis biológicas com outras dimensões, incluin<strong>do</strong> a<br />
análise <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s atletas em treino e competição.<br />
Referências<br />
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Joga<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Basquetebol. O Treina<strong>do</strong>r - <strong>Revista</strong> Técnica e<br />
Informativa. Associação Nacional <strong>de</strong> Treina<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
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COELHO E SILVA MJ (1998). Selecção <strong>de</strong> Jovens<br />
Basquetebolistas. In A Marques, A Prista, AF Junior (Eds.).<br />
Actas <strong>do</strong> V Congresso <strong>de</strong> Educação Física e Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> <strong>do</strong>s<br />
Países <strong>de</strong> Língua Portuguesa – Educação Física: Contexto e Inovação.<br />
<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Educação Física e Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> –<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo, <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong><br />
e Educação Física – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto, 349-362.<br />
COELHO E SILVA MJ (2002). Selecção <strong>de</strong>sportiva: análise<br />
prospectiva e retrospectiva. In F Tavares, MA Janeira, A<br />
Graça, D Pinto, E Brandão (Eds). Tendências actuais <strong>da</strong> investigação<br />
em basquetebol. <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> e<br />
Educação Física - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto, 60-74.<br />
COELHO E SILVA M; FIGUEIREDO A; MALINA RM (2003).<br />
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male soccer athletes. Acta Kinesiologiae Tartuensis Vol. 8: 34-50.<br />
Tartu University Press.<br />
COELHO E SILVA M; FIGUEIREDO A; GONÇALVES CE;<br />
MALINA RM (2004). The effect of age and maturity status<br />
<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102] 93