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35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...

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18<br />

ORADORES CONVIDADOS<br />

Porque é um direito, o nosso ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> tem <strong>de</strong> ser<br />

que nenhum aluno po<strong>de</strong> ser dispensa<strong>do</strong> <strong>de</strong>le.<br />

b) A formação inicial e contínua tem <strong>de</strong> seguir mo<strong>de</strong>los isomórficos,<br />

isto é, o futuro profissional tem <strong>de</strong> ser forma<strong>do</strong><br />

para conhecer e aplicar conteú<strong>do</strong>s que estejam relaciona<strong>do</strong>s<br />

com o que se preten<strong>de</strong> que ele venha a ser como profissional.<br />

Se os futuros profissionais forem forma<strong>do</strong>s para fomentar<br />

a competição, para procurarem grupos homogéneos, para<br />

a exaltação <strong>do</strong> trabalho individual como po<strong>de</strong>remos esperar<br />

que este profissional incentive nos seus alunos a cooperação,<br />

o respeito e o valor <strong>da</strong> diferença e a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

c) O apoio <strong>da</strong><strong>do</strong> aos professores <strong>de</strong> EF (corporativismos à<br />

parte) <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>do</strong> por quem possa constituir um “amigo<br />

crítico” que aju<strong>de</strong> o professor a reflectir e a encontrar soluções<br />

para os seus problemas. Em suma, <strong>de</strong>ve ser um apoio<br />

especializa<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> é preciso é específico e capaz <strong>de</strong><br />

analisar com profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> problemas complexos <strong>da</strong> disciplina<br />

<strong>de</strong> EF.<br />

d) A disciplina curricular <strong>de</strong> EF po<strong>de</strong>, com rigor e com investimento,<br />

ser efectivamente uma área-chave para tornar a educação<br />

mais inclusiva e po<strong>de</strong> mesmo ser um campo privilegia<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> experimentação, <strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> pe<strong>da</strong>gógica na escola.<br />

O processo <strong>da</strong> inclusão educacional <strong>de</strong> alunos com necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

educativas especiais e <strong>de</strong> outros alunos com que a escola<br />

tem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r tem muito a beneficiar com as propostas<br />

meto<strong>do</strong>lógicas <strong>do</strong>s PEF que, com criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m usar<br />

o corpo, o movimento, o jogo, a expressão e o <strong>de</strong>sporto como<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> celebrar a diferença e proporcionar aos alunos<br />

experiências que realcem a cooperação e a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Bibliografia<br />

ALOIA at al. (1980). Physical Education Teachers initial perceptions<br />

of handicapped children. Mental Retar<strong>da</strong>tion, 18 (2):<br />

85-87.<br />

COSTA, A.M.; RODRIGUES D. (1999). Special Education in<br />

Portugal. European Journal of Special Needs Education 1(14): 70-<br />

89.<br />

HEGARTY, S. (1994). Integration and the Teacher. In C.J.W.<br />

Meyer, S.J. Pijl and S. Hegarty (Eds.) New Perspectives in Special<br />

Education: a Six Country Study of Integration. Lon<strong>do</strong>n:<br />

Routledge.<br />

JANSMA & SHULTZ (1982) Vali<strong>da</strong>tion and use of a mainstream<br />

attitu<strong>de</strong> inventory with physical educators. American<br />

Corrective Therapy Journal 36, 150-158.<br />

MARSTON, R.; LESLIE, D. (1983) Teacher perceptions from<br />

mainstreamed vs. nom-mainstreamed teaching environments.<br />

The Physical Educator 40, 8-15.<br />

RODRIGUES, D. (2000) A caminho <strong>de</strong> uma Educação<br />

Inclusiva: uma agen<strong>da</strong> possível. Rev. Inclusão, 1 (1):1-12.<br />

RODRIGUES, D. (2001). A Educação e a Diferença. In David<br />

Rodrigues (Org.) Educação e Diferença. Porto: Porto Editora.<br />

RIZZO, T.L. (1984). Attitu<strong>de</strong>s of Physical Educators toward<br />

teaching handicapped pupils. A<strong>da</strong>pted Physical Activity<br />

Quarterly 1, 263-274.<br />

RIZZO, T.L.; VISPOEL, W. P. (1991) Physical Educators’<br />

Attributes and Attitu<strong>de</strong>s Toward Teaching Stu<strong>de</strong>nts With<br />

Handicaps. A<strong>da</strong>pted Physical Activity Quarterly 8, 4-11.<br />

UNESCO (1994). Declaração <strong>de</strong> Salamanca e enquadramento <strong>da</strong><br />

acção na área <strong>da</strong>s Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Educativas Especiais. Lisboa: IIE.<br />

drodrigues@fmh.utl.pt<br />

<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102]<br />

DA ALTA COMPETIÇÃO À RECREAÇÃO, UMA ESTRATÉGIA PARA OS<br />

PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA.<br />

Carvalho, Jorge Vilela <strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> para Deficientes.<br />

15 anos <strong>de</strong> congresso<br />

Nesta comunicação propomo-nos abor<strong>da</strong>r aspectos fun<strong>da</strong>mentais<br />

relativamente à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, premente, <strong>de</strong> inverter a concepção<br />

e estratégia orienta<strong>da</strong> para o alto rendimento, e <strong>da</strong>r um<br />

contributo para a criação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que promovam o direito<br />

ao <strong>de</strong>sporto e o acesso à generalização <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva.<br />

A nossa comunicação, estrutura<strong>da</strong> em três partes, preten<strong>de</strong><br />

efectuar inicialmente um percurso pelo que tem si<strong>do</strong> a cooperação<br />

no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> <strong>de</strong>sporto para <strong>de</strong>ficientes. De segui<strong>da</strong>,<br />

reflectiremos sobre os <strong>de</strong>safios que a alta competição coloca à<br />

promoção e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sportivo em geral. Por fim,<br />

vamos justificar a nossa proposta - “Da alta competição à<br />

recreação” - como uma estratégia a seguir nos países <strong>de</strong> língua<br />

oficial portuguesa.<br />

O lema <strong>de</strong>ste 10º Congresso - “Os <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> renovação” -<br />

assim como o momento e o local em que tem lugar são <strong>do</strong><br />

maior significa<strong>do</strong>.<br />

Em Portugal, vive-se ain<strong>da</strong> o ambiente <strong>do</strong> Europeu <strong>de</strong> Futebol<br />

2004 e <strong>da</strong> aprovação <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Bases <strong>do</strong> Sistema<br />

Desportivo.<br />

Na Europa vive-se ain<strong>da</strong> sob impacto <strong>do</strong> Ano Europeu <strong>da</strong><br />

Deficiência, em 2003, e no presente ano celebra-se o Ano<br />

Europeu <strong>da</strong> Educação pelo <strong>Desporto</strong> e realizam-se os jogos<br />

olímpicos e paralímpicos.<br />

A nível internacional evi<strong>de</strong>ncia-se, naquilo que é comum aos<br />

países em questão, as mu<strong>da</strong>nças previsíveis, após os Jogos<br />

Paralímpicos <strong>de</strong> Atenas, na estrutura e missão <strong>do</strong> movimento<br />

paralímpico, com consequências para o <strong>de</strong>sporto para <strong>de</strong>ficientes<br />

nos respectivos países e para os Jogos Paralímpicos <strong>de</strong><br />

Pequim 2008.<br />

O caminho já percorri<strong>do</strong><br />

No século XIX já se registava a prática <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva<br />

para pessoas com a condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Mas só na segun<strong>da</strong><br />

meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX essa prática viria a generalizar-se com o<br />

enquadramento <strong>do</strong>s praticantes em estruturas formais, segrega<strong>da</strong>s,<br />

mistas ou integra<strong>da</strong>s, com a criação <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sporto para <strong>de</strong>ficientes legalmente constituí<strong>da</strong>s e com a organização<br />

e a realização <strong>de</strong> competições nacionais e internacionais.<br />

Foi, no entanto, com a realização <strong>do</strong>s primeiros jogos<br />

paralímpicos, em 1960, que se tornou possível a divulgação e a<br />

sensibilização para a prática <strong>de</strong>sportiva nos <strong>de</strong>mais países <strong>do</strong>s<br />

cinco continentes.<br />

O Brasil foi, no âmbito <strong>do</strong> espaço lusófono, o primeiro país a<br />

fomentar a prática <strong>de</strong>sportiva para <strong>de</strong>ficientes, há mais <strong>de</strong> quarenta<br />

e seis anos, vin<strong>do</strong> a estrear-se, assim como Portugal, na<br />

IV edição <strong>do</strong>s Jogos Paralímpicos <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>lberg, na Alemanha,<br />

em 1972. Foi nesta oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que teve início a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sportiva para <strong>de</strong>ficientes em Portugal, a qual viria a sofrer<br />

uma interrupção motiva<strong>da</strong> pela revolução <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974. O<br />

<strong>de</strong>sporto para <strong>de</strong>ficientes só foi retoma<strong>do</strong> em Portugal nos<br />

princípios <strong>do</strong>s anos oitenta.<br />

Macau estreou-se em 1988 nos Jogos <strong>de</strong> Seul, Coreia <strong>do</strong> Sul,<br />

segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> Angola, em 1996, nos Jogos <strong>de</strong> Atlanta, Esta<strong>do</strong>s

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